"É preciso entender que esta geração é diferente não porque usa o Facebook, mas porque não quer um pai que lhe diga o que é certo ou errado. Os jovens árabes não estão correndo para encontrar um salvador. Estão sendo muito maduros, querem antes desmanchar o regime de repressão".
Quem diz isso é o professor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o historiador Jean-Pierre Filiu, e não está repetindo o óbvio: os jovens não aceitam a disciplina paterna. Não, ele que viveu 20 anos no Oriente Médio está explicando que a religião árabe está perdendo o domínio castrador sobre os adoradores de Alá. Controle religioso que facilitava os governos totálitários e ditaduras de 40 anos fazendo o povo ter medo, pricipalmente de um deus que acobertava os déspotas.
Sei que Jesus disse isto e é bem possível que Maomé também: a verdade vos tornará livres.
E os políticos? Filiu diz que o Jihadi tinha perdido o contato com a realidade quando condenou os manifestantes egípcios dizendo que "estavam adorando os ídolos podres do patriotisdmo e da democracia", mas lembra que político, as pessoas que têm este dom, são mais flexíveis que minhoca: "não os dou por vencidos, eles sempre mostraram capacidade de se renovar". Já a Irmandade Muçulmana "sempre achou que ser um partido fechado [como era o PT] era bom para a cabeça-dura do eleitorado egípcio, mas agora vê que os tempos são outros e é preciso negociar, formar coalização".
Estas mudanças vão aproximar os povos arabes do Ocidente? Ou continuarão pensando que 'ocidental bom é o que está morto'? "O ambiente é muito positivo porque os países do Ocidente mostraram neutralidade e empatia com o povo revolucionário".
Só sei dizer que este século não está sendo igual àquele que passou. Ih, isto dá samba!