Quinta-feira, 25 de Agosto de 2011

Bertrand Roussel foi um humano como nós mas que refletiu muito sobre a vida e nos deixou pensamentos como este: "Passei a apreciar muito mais os pêssegos desde quando li que começaram a cultivá-los na China no início da dinastia Han e que para homenagear o rei Kaniska levaram mudas para a Índia, de onde se espalharam a Pérsia, alcançando Roma no primeiro século da nossa era. Agora, quando tomo nas mãos este belo fruto ele me parece mais doce".

A informação nos faz perceber muito mais coisas. 

  

Falar de uma experiência pessoal, como ele fez, é feito com um bom propósito, assim vou contar a minha.

Há três anos comecei um trabalho que me obrigou a ficar duas horas dentro de um ônibus para ir e outras tantas pra voltar. Me ocorreu que era a oportunidade que procurava para ler o pensamento dos filósofos, dos quais só conhecia frases soltas e comentários. Que viagem começou para mim! Li O Banquete, de Platão; A Cidade de Deus, de Santo Agostinho; Tratado da Razão Pura, de Emanuel Kant; Meditação, de Heidegger; O Aleph, de Jorge Luis Borges; e outros e outros.

Para quem pensa a vida como espiritualista (não somos só um animal mas uma alma, a simbiose entre um ser material evoluido e um ser de outra dimensão) estamos neste planeta para aprender tudo sobre o mundo material. Então é usar bem o tempo para viver cada experiência e estudar as ciências.

O que você disse? Não tem tempo para ler? A gente vivendo bem, digamos, até aos 80 anos, teremos usufruido 70 mil horas, 70 X 1.000  horas. Dá teu jeito, amigo(a)!        



publicado por joseadal às 00:18
Sexta-feira, 19 de Agosto de 2011

Um fato real pode ser provado com uma explicação falsa? O físico brasileiro Marcelo Gleiser dá um exemplo disso no livro Dança do Universo:

"O maior avanço da astronomia grega veio com a invenção dos epiciclos. Acredita-se que esta idéia tenha sido desenvolvida por Apolônio de Perga (c. 265-190 a. C), um matemático de calibre comparável ao de Arquimedes. O melhor modo para entendermos um epiciclo é a analogia com uma roda-gigante que tenha sido desenhada por um perverso engenheiro; ao invés de balançarem suavemente, as cadeiras giram rapidamente, de modo que a cabeça do passageiro descreva um círculo completo. Esse círculo é o que chamamos de epiciclo, enquanto a volta feita pela roda-gigante é chamada de deferente. Agora imagine o pobre passageiro girando na roda-gigante e na cadeira ao mesmo tempo, sua cabeça descreverá uma curva espiral contínua. Agora substitua o centro da roda-gigante pela Terra e a cabeça do passageiro por um planeta. Do ponto de vista de um observador na Terra, o planeta irá claramente exibir um movimento retrógrado, ora ele está a frente ora atrás. Sua distância até a Terra também irá variar, 'explicando' a mudança na luminosidade aparente do planeta. Portanto, ao combinar o movimento dos dois círculos, é possível descrever as peculiaridades dos movimentos dos corpos celestes, ou seja, é possível salvar os fenômenos com uma inverdade!"

Ora, a explicação verdadeira é que o sol, nossa estrela, é o centro de um sistema de muitos corpos celestes que giram a sua volta com velocidades e órbitas diversas. Mas naquele tempo se pensava que éramos o centro de tudo. E nem existia ainda a religião de Cristo que defendeu o geocentrismo por vários séculos. Então, para explicar como é que Marte estava indo para a esquerda e daí começava a ir para a direita, supondo que a Terra estivesse parada, só mesmo com a invenção do epiciclo: Marte estava dando só uma voltinha. É mole!    

 


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publicado por joseadal às 01:40
Domingo, 14 de Agosto de 2011

Hoje cedo me lembrei de uma coisa, como fiz as pazes entre minha mãe e minha avó paterna.

Quando nasci morávamos na casa de vovó Adalgisa, portuguesa que em realidade nascera em Niteroi, como eu muito tempo depois. Elas viviam em guerra enquanto meu pai, filho de uma e marido da outra, vivia outra guerra, contra os alemães na Itália. A desavença delas era por minha causa. Minha avó gritava para quem quisesse ouvir que a "vagabunda" aplicara o "golpe da barriga" para prender Gumercindo, o belo português. Esquecia que do mesmo jeito tinha seduzido o falecido José que me emprestou o nome.

Por que será que entre as mulheres nós, os homens, somos levados em tão pouca conta assim? Meu pai contava que precisou "dar muito em cima de Idalina pra conquistá-la", já elas duas mais as irmães, vizinhas e comadres diziam que "o boçal tinha sido enredado por aquela 'umazinha'". Ê gente!

O tempo passou, a 2° Grande Guerra acabou, meu pai voltou, alugou uma casa bem longe para acabar de vez com essa outra guerra e as duas não se viram mais. Por cinco longos anos. Sim, porque naqueles bons tempos os anos passavam bem morosamente.

De longe em longe meu pai levava a mim e minhas irmães para ver a mãe e ela se afeiçou pelo outro José que mesmo de calças curtas lhe lembrava o amor de sua vida. Assim, ficou combinado pelo filho e sua mãe que o garoto passaria as férias escolares no Fonseca, onde ela morava.

- Será que a 'outra' vai deixar o menino vir ficar comigo?

- Mãe, ponha em sua cabeça, ela é uma boa pessoa.

O tempo passou mais um pouco e numa tarde, não muito depois do almoço, eu trepado no meu lugar de vigia em cima do muro de nossa casa, tive uma visão que mudou tudo e, como bom sentinela corri pra avisar minha mãe que depois de se distrair lavando a louça enfrentava cantando com sua bela voz uma montoeira de roupa da família apenas com um ferro à carvão e um fogareiro.

- Vovó vem vindo aí!

- Que é isso, menino!

E vendo meus olhos desmesuradamente abertos percebeu que não era outra invencionice minha.

- Traga ela para dentro e depois suma daqui. Pode ir brincar na rua, se quiser. 

Não vi como foi o encontro das duas, corri pra rua com meu saco de bolas de gude. Olharam-se mudas sem dizer nada por um tempo? Foram logo pedindo desculpas uma a outra? Abraçaram-se? Ou foram logo fofocando sobre a família das duas como se nada tivesse acontecido? Não tenho como saber. Naqueles tempos criança não se intrometia em assuntos dos mais velhos. E sabe, isto era bom, as informações que tínhamos na cabeça não dava para lidar com as complexas emoções de quem já havia vivido muito. Só sei que a paz voltou a reinar entre as duas casas.

O tempo passou acelerado, sessenta anos se esvairam, assim. Enterrei as duas mulheres faz tempo. E hoje, só nesta manhã, me dei conta do meu papel pacificador. Me senti como São Francisco de Assis: Senhor, faça-me intrumento em tuas mãos e onde houver guerra que eu leve a paz.

Cara, como é bom ser um pacificador. Paz para vocês onde estiverem, vovó Adalgisa e mamãe Idalina.  


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publicado por joseadal às 23:24
Sábado, 13 de Agosto de 2011
Recebo a miúdo um jornal vilrtual, o Boletim do Conhecimento, neste número veio um editorial sobre raiva e postei um comentário para o jornalista José Renato Santiago que trascrevo pra você.
 
Estimado Renato (que precisa vir a Volta Redonda pra gente vadiar um pouco):
 
Muito preocupados com episódios de raiva, eu e Lili decidimos estudar o assunto e lemos juntos, comentando, o livro Inteligência Emocional. Nele se desenvolve a teoria de que na amigdala celebral temos uma memória emotiva que relaciona impressões dos sentidos: cheiros, barulho, imagens, gostos e outros, com situações de estresse. Diz ali que o pior é que cada vez que a repetição de um fato nos causa raiva esta memória fica mais reativa, quer dizer, o racional tem, a cada epísódio de raiva, menos capacidade de se controlar. Então, o que você disse: "Exatamente diante este tipo de situação, que muitos, equivocadamente, sinalizam, que explicitá-la é uma forma de descarregar energia negativa e não se “corroer” internamente". Pois é, "descarregar" não é bom. Primeiro porque aborrece os outros, depois, porque nos diminui, e terceiro porque nos predispõe mais facilmente para outra crise. O conceito espiritualista - o de que somos um ser espiriltual vivendo na matéria - é criticado por alguns como uma facilitação de Deus: não fazendo nesta vida fica pra outra. Mas o espírita diz que: faça errado nesta vida e ficará mais difícil não repetir o erro na outra. Então, tem que se vigiar a raiva o tempo todo. Descobrir o que dispara o gatilho da ira também é muito importante.
E como você bem termina teu artigo: "Ter Raiva dá Ruga.... e pronto".
 
 
Um abraço do Joséadal

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publicado por joseadal às 13:34
Sexta-feira, 12 de Agosto de 2011

Entre as coisas inteligentes que disse Oscar Niemeyer ele ensinou: "O que conta não é a profissão que exercemos, mas a vida, os amigos e este mundo injusto que precisamos modificar".

E o filósofo Domenico Masi diz: " Um grupo criativo quer mudar o mundo. O núcleo de uma turma assim geralmente se aglutina em torno de uma idéia, da convicção de poder tornar possível o impossível, com a despreocupada leveza de uma diversão e a teimosa audácia duma criança".

Vê-se isto no informal Clube Adventure de Bike e Trekking: "A satisfação de compartilhar um mérito com os colegas, a satisfação de ver alegria nos olhos de quem nos lidera numa missão, o orgulho de ter feito o que até pouco tempo nos era imaginável, o deleite de ter realizado um sonho rompendo paradigmas, apontando novas metas e itinerários para nossos irmãos, tolerando as imperfeições dos colegas e, para nós mesmos, suportando os desencorajamentos".

Tudo tão bonito! Mas me ocorreu de repente o chavão do pedinte interpretado por Moacir Franco: "E quanto é que levo nisso?" Você também acha que tudo tem de envolver grana? 

Não, têm coisas muito boas de se compartilhar.



publicado por joseadal às 00:54
Sábado, 06 de Agosto de 2011

"Espiritualidade [para Silvano Arieti, no livro A Síntese mágica] consiste em mecanismos mentais antigos confinados àqueles recessos da psique que Freud chamou de 'processos primários', e criatividade consiste na síntese entre o pensamento primário e o secundário, os pensaqmentos que usamos diariamente."

Também Ehrenzweig definiu o processo primário como "nossa memória inconsciente que prevalece no sonho e em algumas doenças mentais, especialmente nas psicoses, e muito diferente do funcionamento da mente quando está desperta e lógica".

Ponha uma coisa na sua cabeça: sua mente é muito mais que sua massa cinzenta.


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publicado por joseadal às 12:48
Sexta-feira, 05 de Agosto de 2011

O paleontólogo Kurt Linder nos explica algo importante sobre os humanos que viveram há 25.000 anos: "Os métodos de caça ao mamute e ao rinoceronte lanudo do paleolítico superior são a expressão de uma nova época. A caçada ainda tem um sentido de sobrevivência, mas já não é puramente bestial como a dos homens mais antigos, adquire um aspecto novo, sobe a um nível superior, ganha técnica, instrumentos apropriados, organização de trabalho, enfim, se espiritualiza".

Mas não deixou de ser a primeira intervenção humana na seleção que a natureza sempre fez dos que podem continuar se modificando e aperfeiçoando e dos que não tem mais como se adaptar.

Leia mais este pedaço do livro O Homem em Todos os Tempos: "O gigantismo dos seres do quaternário como o tigre-de-dentes-de-sabre, a preguiça gigante, o mamute e outros animais continha em si qualquer coisa de perigoso evidenciando o fim de uma especialização. São as formas mais simples, menos diferenciadas que têm capacidades de desenvolvimento em múltiplas direções".

O mamute existiu na Terra por milênios adaptado ao clima muito frio das eras glaciares, mas mesmo tentando sobreviver ao aquecimento do planeta imigrando para perto do polo sucumbiu com a caça dizimadora do homem.

"Perseguidos pelo homem e obrigados a recuar para o norte em conseqüência dum clima mais ameno estavam condenados à extinção, como as espécies gigantes dos ursos, veados, preguiça e hiena. Não havia mais condições de viverem".

Dá em que pensar. No decorrer da vida vamos criando hábitos, endurecendo idéias que nos tornam fósseis vivos. O mundo vai mudando bem depressa a nossa volta e continuamos repetindo bordões gastos como o Dino: "Querida, cheguei!". Não podemos parar de mudar.            


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publicado por joseadal às 22:25
Quinta-feira, 04 de Agosto de 2011

Todo mundo já ouviu falar da era da pedra, era do bronze e era do ferro, mas o livro As Civilizações Pré-históricas me ensinou alguns fatos que desconhecia.

"A paleontóloga Mary Leakey encontra em Olduvai, sob camadas da Terra de 2 milhões de anos, sinais de um acampamento com 18 seixos esferóide retocados [lascados] na forma de raspadeiras, furadores, machadinhas e bigorna. Diante desses artefatos ela não pode deixar de pensar que o ser que os concebeu e fez era mais evoluído que o Australopitecos e deu-lhe a designação de Homo habilis e a sua técnica de lascar pedras de olduvaiana". Centenas de anos antes, os Australopitecos inventaram arrancar duas lascas para fazer gume numa pedra redonda, técnica chamada acheuliana.

O livro pergunta: "Eram homos? Alguns cientistas como Jean Piveteau contesta: 'Não é porque fabrica artefatos que ele já é humano. A construção de um instrumento precede o homem, mas é um fator de humanização porque seu uso desenvolve o cérebro".

Girando em suas mãos um simples seixo com gume encontrado em extratos geológicos de 2.600.000 anos o paleontólogo Yves Coppens conclui: "Isto representa alguma coisa que já é muito adiantada, muito elaborada. Este artefato implica em um longo aprendizado. Tal constatação modifica nossa idéia sobre os Australopitecos e sobre seu psiquismo".

Então a era da pedra lascada, ou paleolítico, começou a mais de 2,5 bilhões de anos e durou até 30 mil anos atrás. Então, começou o neolítico com o homo sapiens. É um longo tempo e vivemos dizendo que "não há tempo".



publicado por joseadal às 23:38
Terça-feira, 02 de Agosto de 2011

"Não existe grupos sem sua própria cultura. No momento em que pessoas se juntam começa a sedimentar um patrimônio exclusivo de idéias, costumes, experiências e procedimentos. Existe, independentemente da vontade do grupo, uma alma que é alimentada dia a dia" - trecho do livro Grupos Criativos.

Não há uma família igual a outra, e cada uma tem sua alma própria.

"A alma é a missão de um conjunto. Numa organização empresarial ela é o mérito da sobrevivência diante das agressões externas e molda a estratégia, estabelece os objetivos e estrutura os projetos". 

Pena que no arranjo familiar a alma do pequeno grupo nem sempre é cultivada e se perde a integração interna: "A linguagem, os limites, a natureza da autoridade, a identificação dos erros e as correções de curso são ignorados". Num caso assim o grupo familiar está sem alma ou está dominado por uma natureza má. É tão bom ver uma família com alma, porque elas existem, e inspiram outras, pois são positivas e criativas.   



publicado por joseadal às 23:22
Terça-feira, 02 de Agosto de 2011

"Os magos etruscos empenham-se em desvendar os fenômenos celestes, os prodígios" - do livro A Civilização Etrusca.

Os etruscos foram os povos autóctones da Itália pré-romana, como os índios foram para os portugueses que colonizaram o Brasil. Os generais e césares romanos tinham sempre um advinho etrusco ao seu serviço. Como um pastor evangélico de hoje diz interpretar o que está acontecendo na vida do crente em relação a Jesus dCristo, o arúspice, o mago etrusco, desvendava o sentimento de um deus em relação a uma comunidade e seu líder. 

O arqueólogo Raymond Bloch, explica: "O aparecimento de um prodígio quebra o equilíbrio natural tão importante rompendo brutalmente o curso normal da vida dos indivíduos e constitui uma advertência enviada pelos deuses. Uma trovoada com seus raios, um eclipse, o nascimento de uma criança com deformações é sempre a erupção do sagrado no profano, testemunhando tal ou qual modificação nas relações entre deuses e homens. A arte divinatória, muito complexa consiste em deduzir de tais sinais indicações precisas concernente ao passado, presente e futuro".

Hoje, compreendemos bem os atos da natureza e já não nos dizem mais nada!

Será?!       


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publicado por joseadal às 01:25
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