Sexta-feira, 31 de Agosto de 2012

Envolvidos por tantos problemas cotidianos, poucos de nós param para pensar questões da fé. Uma delas é a que se refere ao nosso anjo guardião. Essa antiga oração cita as ajudas que ele nos presta se estivermos ‘antenados’ com o espiritual.

“Anjo de Luz, guardião da minha vida. A ti fui confiado pela santa misericórdia de Deus. Ilumina a minha alma, guarda-me dos males, orienta a minha inspiração, fortalece a minha sintonia com Deus e torna-me forte diante dos percalços. Lembra-me todos os dias de não julgar nem ferir. Tinge a minha mente de amor e harmonia, para que eu possa tornar o mundo melhor, agora e para todo o sempre. Amém."

(isto não é uma magnífica foto, é uma excepcional pintura de Ana Kostenko)

No livro A Harmonia da Luz dá a este ser outro nome, Chama Gêmea: “Sem esforço algum ele lê o que se passa na sua alma. Como névoa em forma de espiral vai se enrolando em ti e o faz ouvir palavras de amor eterno. Faz-nos sorrir por dias a fio e nos leva a ser invadido por uma felicidade inigualável. O beijo da chama gêmea toca em nosso espírito e nos proporciona um êxtase prolongado e diferente de qualquer impressão terrena”.

Isto é o que provoca em nós, e ele, quem é? “São seres abnegados que possuem o ideal do amor perfeito. Vivem para nós mas não têm sentimentos carnais: ciúme, raiva ou medo. Na verdade, são seres que só existem se o outro existir. Nada tem em comum com alma gêmea”.

Mas se mal nos lembramos de Deus, como vamos nos importar com nosso anjo guardião, nossa chama gêmea.



publicado por joseadal às 23:02
Quinta-feira, 30 de Agosto de 2012

O espírito libertário fervia no Brasil, em 1815, quando em Frankfurt um homem jovem, Arthur Schopenhauer, com 27 anos, meditava na poderosa força designada como Vontade. Em 1819 ele conseguiu publicar O Mida é uma linha, não uma superfícieundo como Vontade e Representação. Neste mesmo ano Ludwig Von Beethoven fazia executar sua Sonata º 29, Hammerklavier. Pode escutá-la clicando nesse link.

http://www.youtube.com/watch?v=8TwysjbPmus

No livro, encontrei esta passagem, hoje: “Porque, tal como o nosso caminho material sobre a terra não é uma superfície, mas uma linha, assim também na vida, quando queremos apoderar-nos de alguma coisa e conservá-la, é preciso que nos resignemos a abandonar uma imensidade de outras. Não saber resolver-se, estender, como as crianças nas feiras, a mão para tudo o que na passagem nos tenta, é uma conduta absurda, é querer mudar em superfície a vida que é uma linha: corremos então em ziguezague, como fogos-fátuos erramos e acabamos com chegar a nada”.

Há em nossa geração tanta coisa para ver, ouvir e fazer que terminamos por dizer que não temos tempo. O filósofo tenta nos fazer entender a importância de sermos firmes e fincarmos o pé naquilo que julgamos fundamentais.

“Tentemos outra comparação: segundo a teoria do direito em Hobbes, cada homem em origem possui um direito sobre todas as coisas, mas para que este direito se torne tal sobre certas coisas, é preciso que o homem renuncie ao resto; os outros farão o mesmo em relação ao que foi escolhido por ele. Não podemos perseguir seriamente e com esperanças de êxito, o prazer, a glória, a riqueza, a ciência, a arte e a virtude. Há que renunciar, de desistir, de quanto seja estranho ao escopo de nossos esforços”.

Com certeza é preciso ter fé para direcionar boa parte dos nossos esforços na busca das riquezas do espírito, como Jesus ensinou (Mateus 6:31-33 ): “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

Schopenhauer, conclui: “Eis por que o simples querer e poder não bastam por si mesmos; o homem deve também saber o que quer e saber do que é capaz: então somente dará prova de caráter”.


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publicado por joseadal às 01:53
Terça-feira, 28 de Agosto de 2012

A gente é de carne e osso, mas em nós existe uma força maravilhosa que tem a função de ajudar outro ser humano. Agora a pouco estava lendo a Bíblia com Lili e no evangelho de Lucas (8:41-47) passamos por este trecho: “E eis que chegou um homem de nome Jairo, que era príncipe da sinagoga; e, prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que entrasse em sua casa; porque tinha uma filha única, quase de doze anos, que estava à morte. E indo ele, apertava-o a multidão. E uma mulher, que tinha uma hemorragia, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada, chegando por detrás dele, tocou na orla do seu vestido, e logo estancou a hemorragia. E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e, prostrando-se ante ele, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que lhe havia tocado, e como logo sarara”.

No livro Fantoches de Deus o padre Jean Marie também passa por esta experiência, tira uma mulher de uma séria crise: “Já era uma hora da madrugada quando ele concluiu suas preces e os preparativos para dormir. Estava desesperadamente cansado, mas ficou acordado tentando compreender o que experimentara neste dia, o fluxo, a oferenda de si mesmo através do qual uma concessão de conforto se tornava disponível para outros. Era uma sensação inteiramente diferente do êxtase que também sentira. Este foi literalmente um arrebatamento para fora de si mesmo, uma iluminação, ser cumulado com um com um conhecimento que absolutamente não solicitara. Estava marcado para sempre. O fluxo era um fenômeno transitório. Começava com um impulso de compaixão ou amor, a compreensão profunda da necessidade de outra pessoa. O fluxo era uma empatia entre ele próprio e a pessoa necessitada”.

(minha vizinha me deu duas mudas desta orquídea, coloqueias na pitangueira, presas em xaxins, agora é ver a força da natureza fazê-las crescer) 

    

Mas o dom de curar não era só de Nosso Senhor e do padre Jean, todos nós temos um poder que tanto pode “mover uma montanha” quanto ajudar um filho, um amigo ou um estranho. O canal para ela fluir de nós para o próximo é compaixão profunda.



publicado por joseadal às 02:10
Domingo, 26 de Agosto de 2012

O que vou transcrever agora é pensamento de uma mulher completamente virtuosa que viveu naqueles mesmos anos em que os portugueses desembarcaram em nosso litoral, imensa extensão de terra, e com muito esforço arrancavam alguma riqueza e plantavam fortificações para manter a posse da terra Brasilis.

“Não é pequena lástima e confusão que, por nossa culpa, não nos entendamos a nós mesmos, nem saibamos quem somos. Não seria grande ignorância, minhas filhas, que perguntassem a alguém quem era e não se conhecesse, nem soubesse quem foi seu pai, nem sua mãe, nem sua terra? Pois, se isto seria grande estupidez, sem comparação é maior a que há em nós quando não procuramos saber que coisa somos e só nos detemos nestes corpos; e assim, só a vulto sabemos que temos alma, porque o ouvimos e porque no-lo diz a fé”.

Esta é a preparação que fez Santa Tereza D’Avila ao iniciar a escrita de Castelo Interior. Nesta comparação singela da suprema ignorância, não se saber nada de si mesmo, ela arremata nos puxando a orelha: ‘grande estupidez, sem comparação, é quando não procuramos saber quem somos’.

Imbuído deste desejo aceitei o convide do grande amigo Reginaldo e fui a uma reunião pietista (por favor, nem de longe confunda com uma reunião de certo partido político); de outra vez explico o que é pietismo. As reflexões que doze pessoas fizeram em hora e meia, foram sobre humildade. Virtude que aprendi ser a base de todas as boas qualidades. A devota ensinou: “pois, enquanto estamos nesta terra, não há coisa que mais nos importe que a humildade”. (minha pequenez diante da cachoeira do Cici, em Quatis)

Esta palavra leva a raiz “húmus” que significa “terra”. É sobre este modo de encarar a vida, humildade, terra fértil, que vão se desenvolvendo todas outras qualidades. Um jovem, nessa reunião, disse algo que me ficou gravado: “A humildade esvazia a alma da gente e permite que a enchamos de boas atitudes. O orgulhoso, cheio de si, não tem espaço para desenvolver a fé, o amor, a bondade...”.

Paulo já havia usado a mesma definição para humildade: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.

Tenho mais isso para martelar a minha cabeça e meu coração: Cuide também do interesse dos outros.


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publicado por joseadal às 13:03
Quinta-feira, 23 de Agosto de 2012

“Em que termos devemos discutir a Parúsia com uma audiência de crentes e não-crentes neste século 21? Falamos do Julgamento e ‘do Filho do homem surgir nas nuvens do céu com poder e grande glória’. Eu me pergunto se esta glória não pode manifestar-se de outra maneira inteiramente diferente da que esperamos. Seria um momento de súbita percepção resultado de intensa agonia?” No livro Fantoche de Deus um grupo discute a Volta de Cristo.

Parúsia é nome do portentoso evento anunciado por Jesus (Mateus 24:3,15-22): “E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo:

- Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

- Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda. Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; e quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; e quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias”.

No livro uma professora de psicologia clínica diz: “Na análise da Escatologia [a Wikipédia define assim: é uma parte da teologia e filosofia que trata dos últimos eventos na história do mundo] é preciso definir: a natureza do Mal, a relação entre o Mal e uma catástrofe provocada pelo próprio homem e a natureza da Parúsia. O que vamos presenciar? O que servirá para distinguir o Cristo do Anticristo?”.

Um professor de Estudos Patrísticos e escritor, responde titubeante: “Sei que o Mal existe. Rezo diariamente para me livrar dele. Não sei como existe o Mal e o sofrimento num mundo projetado por um Criador generoso. Mas creio que é o Mal que está levando a humanidade para a catástrofe. Mas será este cataclismo provocado pelo próprio homem o Segundo Advento?”

Quando falamos da poluição global e o perigo disto provocar o Fim do Mundo, da humanidade, será exatamente isto o que Jesus avisou que aconteceria quando Ele voltasse? Então, quem está nos levando para um beco sem saída: O Mal ou as forças de Deus? 



publicado por joseadal às 12:29
Sábado, 18 de Agosto de 2012

Você não estava lá, nos anos de 1980. Ou então era muito novo, não compreendia nada. E eu e quem viveu aquele tempo pouco se lembra do perigo mortal que passamos. Agora, lendo Os Fantoches de Deus escrito no final da década de 1970, volto a lembrar de quão próximo estivemos do Armagedom. O papa, personagem da história, conta:

“Conversei com chefes de Estado. E todos eles, sem exceção, falaram do mesmo dilema terrível. E eles sabiam mais, muito mais do que se atreviam a revelar publicamente: que os meios de destruição são tão vastos, tão letais, tão além de qualquer recuperação, que podem eliminar totalmente a humanidade, tornar o próprio planeta impróprio para a vida humana... O que esses homens me disseram era material de pesadelos. Mesmo eu posso entender porque uma mulher toma pílulas para não gerar mais uma criança para o dia do Armagedom”.

A Wikipédia informa sobre os estoques de armas nucleares naquela época: “Nos fins da década de 60, o número de mísseis balísticos intercontinentais e ogivas era tão elevado nos dois lados, que tanto os EUA como a URSS tinham a capacidade de destruir completamente o outro país. Nos finais da década de 1970, cidadãos da URSS e dos EUA (e de todo o mundo) viviam esta situação completamente enraizada na cultura popular. Uma guerra destas, se começasse, mataria muitos milhões de pessoas diretamente e com a possibilidade de induzir um Inverno nuclear que levaria à morte de grande parte da humanidade, e certamente ao colapso da civilização como a conhecemos. Muitos filmes como Planeta dos Macacos (1968-1973) e Mad Max (1979-1985) retrataram isso. De acordo com o relatório de 1980 do Secretário Geral das Nações Unidas estimava-se que existissem cerca de 40 000 ogivas nucleares, equivalentes a 13 000 megatoneladas de TNT”.

O fim do mundo parecia certo e liquidado, mas de alguma forma os homens (ou o Criador por trás deles) ultrapassaram aquele clima e hoje os estoques nucleares aproximam-se do fim. Agora, o perigo é outro: poluição, efeito estufa, mudança do clima afetando a agricultura e elevando o nível dos mares... E se não acontecer nada disso? E se nós humanos aprendermos a viver sem estragar tudo?    


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publicado por joseadal às 02:13
Quinta-feira, 16 de Agosto de 2012

Tudo neste mundo dos humanos existe e se faz conhecido pelas palavras. Usamos conjuntos de sons para exprimir pensamentos e entender o que os outros sabem e querem. Os pensadores, em cada tempo, examinaram o significado das expressões delimitando o que elas querem dizer em cada momento histórico.

No livro O Mundo como Vontade, o filósofo expõe entre outras coisas, o que é Justiça. “Em uma inumerável multidão de seres, vivendo um ao lado do outro, o egoísmo, próprio a todos, faz com que o querer de um ultrapasse facilmente o direito do outro indivíduo. A vontade do primeiro foge aos limites em que se afirma a vontade do segundo, seja ofendendo ou destruindo o corpo deste, seja constrangendo as forças de tal corpo a servi-la em lugar de servir o próprio corpo”.

Existe a moral, os princípios religiosos, a razão, as leis e a ética para manter cada pessoa dentro de seus limites, mas é impossível impedir a invasão do espaço do próximo. Mas quanto é grave 'fazer a cabeça do outro'? Avançar o território que pertence a outra pessoa toma dela, segundo Artur Schopenhauer, também sua vontade própria. Suga o direito que cada um tem de cumprir seu destino, sua missão nesta vida. Este passa a pensar como o outro, ou mesmo discordando é obrigado a viver como o outro quer. Atrasa toda sua evolução humana e espiritual.  

“Um homem subtrai assim à vontade objetivada num outro indivíduo, as forças necessárias à própria individualidade; por conseguinte, quando afirma a sua vontade, este homem sai dos limites do seu corpo e nega a vontade do corpo alheio. Tal usurpação, sobre os limites de afirmação da vontade de outrem, foi em todos os tempos reconhecida e a sua noção abstrata tem o nome de injustiça”.

Então, por esta definição, praticar a justiça é manter-se dentro dos limites de sua vida e injustiça é o crime de roubar de outro o tempo precioso para ser quem realmente tem vontade de ser.



publicado por joseadal às 02:33
Terça-feira, 14 de Agosto de 2012

Morris West (1916-1999) foi um grande romancista, li quase todos os livros dele. Um deles li três vezes e está lá na estante me esperando. Agora recomecei Os Fantoches de Deus, não por acaso coincidindo com que estamos lendo na Bíblia, Lili e eu.

É a história de um papa no centro do Apocalipse. Ele tem uma visão do caos na Terra e escreve uma encíclica para orientar os católicos e todos os humanos. “Nos tempos de calamidade universal as estruturas tradicionais da sociedade não sobreviverão. Haverá uma luta implacável pelas mais simples necessidades da vida, como comida, água, combustível e abrigo. As grandes sociedades urbanas vão se fragmentar em grupos hostis uns com os outros. Será difícil manter a fé nas Promessas do Senhor até o fim”. 

É uma profecia, mas é só uma confirmação do que os cientistas e ecologistas veiculam na mídia todos os dias. Na encíclica o papa dirá: “Devemos dividir-nos em pequenas comunidades, cada uma capaz de manter-se por si mesma, com fé comum e caridade mútua. O testemunho dos cristãos deve ser evitar o egoísmo e estender a caridade para abranger os de outra fé. Isto significa ajudar os aflitos e partilhar os recursos minguados com aqueles que passam maiores privações. Devem eleger seus mestres e ministros mantendo a integridade ao Verbo e continuando a administrando da eucaristia”.

O Apocalipse não acontece de um dia para o outro. A mudança no clima do planeta que vai tornar escassa a água potável e tornar as monoculturas impraticáveis deve provocar fome, lutas violentas e completa falta de amor e fé. Tudo acontecerá insidiosamente, mas os sinais das mudanças serão evidentes. Nosso Senhor Jesus avisou há muito tempo (Mateus 24:27): “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem”. Ninguém poderá alegar que não sabia, vamos ver na televisão todos os dias (Mateus 24:7-13): “Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo”.

No livro o papa é obrigado a abdicar e se exilar em um mosteiro, enquanto o mundo vai piorando, mas ao mesmo tempo ficando mais cheio de supérfluos e alargando a diferença dos abastados para os necessitados. Precisamos ficar expertos.



publicado por joseadal às 01:16
Sábado, 11 de Agosto de 2012

Um amigo está construindo sua casa quase que sozinho. Aproveitando o terreno acidentado está fazendo um lugar de viver muito aconchegante. Subindo uma elevação se entra na sala em dois níveis com uma escada vazada que começa na parede em frente a porta e para em um patamar que dá acesso a sala de refeições (coração da casa). Junto fica a cozinha, separada por meia parede com bancada que serve de bar, a copa com a porta dos fundos e o banheiro. Na sala, depois deste patamar, a escada continua pela parede da direita e dá acesso aos quartos. Tudo feito por ele: colunas, tijolos sobre tijolos, emboço, paredes emassadas. Só a parte hidráulica, elétrica e o telhado entregou a profissionais. Fico ansioso ao ver tanto que ainda há pra fazer e minha vontade seria botar um monte de gente e acabar logo. Ele tem outra opinião:

- Zé, este esforço todo me preenche os dias e as horas. Não me preocupo em acabar a obra, fico ansioso é sobre o que vou fazer depois que ela ficar pronta.

O pensador Artur Schopenhauer, em O Mundo como Vontade, falando da dor e da felicidade revela o que se passa no coração da gente e não compreendemos:

“Querer e aspirar, eis toda essência da vida, estreitamente igual a uma sede que nada pode mitigar. Mas a base de cada querer é uma falta, é a dor; pela sua origem, pela sua essência, quem quer está, portanto, destinado a sofrer. Se não tivesse objetos a desejar, o homem sentir-se-ia invadido por um vácuo espantoso e pelo fastio, em outros termos, seu ser e sua existência se lhe tornariam um peso insuportável. A vida, portanto, oscila como um pêndulo entre a dor e o fastio que são os elementos que a constituem”.  

E a felicidade tão decantada? O que é? O filósofo diz:

“Qualquer satisfação, o que vulgarmente se chama felicidade, é, na realidade, de essência sempre negativa, e de nenhum modo positiva. A felicidade não é espontânea ou chega de per si; deve ser sempre o cumprimento dum desejo. Porquanto desejar, isto é, ter necessidade de alguma coisa é condição preliminar de todo gozo. Mas, com a satisfação cessa o desejo e, portanto, o prazer. A satisfação ou a felicidade, não pode, consequentemente, ser outra coisa senão a supressão duma dor, duma necessidade”.

É por isto que quando estamos navegando num mar tranquilo, um momento da vida em que tudo vai bem, não damos valor.

“Por isto não sentimos, nem apreçamos suficientemente, os bens e as vantagens que possuímos, parece-nos que devem estar em nós. Não nos apercebemos do seu valor senão quando os perdemos, porque somente a necessidade, a privação, o sofrimento são positivos e se fazem sentir diretamente. Eis porque a lembrança dos males passados, dissabores, doenças, pobreza, etc., nos é grata”.

O gênio Tim Maia compôs uma música, talvez a única que é triste, que diz:

“Já rodei todo esse mundo procurando encontrar                                                                                     

Um amor, um bem profundo que eu pudesse realizar...                                                                                

Essa tal felicidade, hei de encontrar”.

http://www.youtube.com/watch?v=LyJNWRShtTo

E você não a encontrou meu pobre irmão, ou esteve com ela por momentos, mas ela fugiu. E só restou para sua alma a dor e o querer. Como é com todos nós.



publicado por joseadal às 13:30
Sexta-feira, 10 de Agosto de 2012

Descobrir uma coisa nos dá uma satisfação enorme. Hoje tive este prazer.

Estou lendo um livro com declarações de João Paulo II a um jornalista amigo seu. A obra começa assim: “Naquele dia de outubro em que apareceu pela primeira vez na sacada do palácio de São Pedro com um grande báculo em ambas as mãos como um grande crucifixo, suas primeiras palavras num grito que ressoou pela praça sobre a multidão, foram, ‘Non abbiate paura!’ (Não tenham Medo!), no mesmo instante todos compreenderam que alguma coisa havia sido feita no Céu”.

Já estou pelo meio deste compêndio que tem me ensinado muito, mas até então não foi explicado porque ele começou seu pontificado com esta frase. É verdade que esta oração é a que mais aparece na Bíblia, 365 vezes, com pequenas variações. Mas seria isso? Hoje, lendo a Bíblia com Lili, chegamos a um trecho em que o profeta Jeremias ouve uma promessa de Deus. As palavras entraram por nossos olhos e ouvidos... e então ecoaram, juntaram-se, ao que João Paulo II falou e não entendia. Deus disse ao profeta Jeremias (23:4): ”E levantarei sobre minhas ovelhas um bom pastor que as apascente, e elas nunca mais terão medo”. Perceberam? (azáleias em meio ao nevoeiro, no alto da Bocaina)

Quando alguém é empossado em um cargo de autoridade ele faz uma declaração de compromisso. João Paulo poderia, como qualquer outro, dizer: Vou ser um bom pastor para vocês!, mas profundo conhecedor da Bíblia ele não usou palavras suas para fazer uma promessa. Não disse orgulhosamente: Eu sou um bom pastor! Não, usando as próprias palavras ditas por Deus ele gritou: Não tenham medo!, mas estava dizendo: Deus me preparou pela vida para ser o bom pastor que todos os católicos, todos os cristão, todos os homens precisam.

O maior medo que ovelhas têm não é do lobo que ronda o rebanho, mas seu pior temor é de que seu pastor, seu guia, falhe com elas. Ao invés de leva-las para um lugar com água as abandone num lugar seco. Não as levando para um pasto verde, mas as largando num deserto pedregoso é seu maior pavor. João Paulo chegou ao posto de papa por meio de uma eleição cheia de política e interesses, porém o dedo de Deus foi mais forte que todos os interesses egoístas dos homens e acabou sendo escolhido o homem ideal. Num momento histórico em que os líderes mundiais traem, roubam e enganam o povo já perdido, João Paulo é escolhido, para por 25 anos, nos guiar retamente no meio de tanta sujeira. Em todos aqueles anos pudemos ter tido temor de qualquer coisa, menos medo dele nos fazer mal.

Não deixe de ler, estudar, pensar, então coisas novas surgirão, lindas.   



publicado por joseadal às 02:11
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