Sexta-feira, 30 de Agosto de 2013

Uma mulher vê as coisas diferente de um homem. Quando fala usa expressões e aborda coisas que escapam a ele. Quando escreve, percebe-se que as ideias são colocadas com gestos feminis e cheio de curvas, como é o corpo dela. É o que se nota nessas palavras de Santa Tereza D’Ávila,

em Moradas Interiores (p.83), onde ela fala de uma revelação:

“Entre estas coisas, a um tempo penosas e saborosas, dá Nosso Senhor algumas vezes uns júbilos estranhos, que a alma não sabe entender o que é. Para que, se vos fizer esta mercê, O louveis muito. É, a meu parecer, uma grande união das potências naturais com as espirituais que Nosso Senhor lhe deixa com liberdade para gozar, sem entender o que é que goza e como o goza. Parece isto uma algaravia, mas certo é passarem-se assim as coisas. É um gozo tão excessivo da alma, que ela não quereria gozá-lo a sós, senão dizê-lo a todos, a fim de a ajudarem a louvar a Nosso Senhor, pois para isto vai todo o ímpeto. Oh! que festas e que demonstrações faria se, pudesse, para que todos entendessem o seu gozo! Parece que se achou a si mesma, e como o pai do filho pródigo, quereria convidar a todos e fazer grandes festins, por ver a sua alma em estado que não pode duvidar que está em segurança, ao menos por então. E tenho para mim que é com razão; porque tanto gozo interior do mais íntimo da alma, e com tanta paz e contento, incita aos louvores de Deus”. (bougainvilles prisioneiras, em São José do Turvo)

Quando Deus, o Criador, nos toca por meio de Jesus, Seu Filho, sentimos todos os motivos para falar aos outros, quase a importuná-los. Como mulher cheia de sensibilidade, Santa Tereza, diz: “Oh! que festas e que demonstrações faria se pudesse”.

Um outro trecho de Em Jerusalém, do poeta Tamim al-Barghouti:

"Em Jerusalém contradições serenam;

milagres não são negados, são palpáveis.

Em Jerusalém, se apertar a mão de um ancião,

ou tocar numa velha edificação, verá,

que em sua palma um poema foi gravado.

Em Jerusalém, apesar ds seguidas desgraças,

há incência no ar, ao vento, entre duas balas".



publicado por joseadal às 22:42
Quinta-feira, 29 de Agosto de 2013

Acontece, lê-se um livro apreendendo a história, vivenciando emoções, aprendendo novos conhecimentos, mas não percebendo o sentido mais oculto do enredo. Pode nem ser a intenção mais profunda do autor, mas é a mensagem subliminar contida na obra. Quando acabei de ler Vila dos Confins, de Mário Palmério, despedi-me do deputado Paulo Santos, do barqueiro Gerôncio, do tio Arlindo, do Jorge Turco do armazém, da fácil Maria da Penha e de tantos outros personagens; mas só vim me dar conta da mensagem oculta do livro no encontro com Jovens Católicos, ontem à noite. Vamos pegar dois trechos do livro (p.298): “Que diferença a vila depois de acabado o movimento da eleição. Voltara à vidinha sossegada de povoado sertanejo: uma ou outra senhora à janela, dois animais arreados a cochilar em frente ao armazém. Barulho mesmo mais nenhum. Havia sim o cacarejar de galinhas pondo ovos e a passarinhada disputando lugar no arvoredo. Paulo, de pé no barranco, via o rio correr cada vez mais cheio, cantava grosso, a correnteza cevada pela enxurrada forte da noite.(p.304) Gerôncio embarcava o resto do gado, os animais de sela da peonada e os sacos de viagem. Estava na hora de desatracar. Subiram os passageiros e por último chega Ritinha correndo, de vestido novo. A balsa larga caranguejando, andando de lado, a carretilha cantando. Paulo pensou: perigosa, aquela travessia. De repente um foguete estalou, longe, lá pelas bandas do cemitério, na entrada da Vila. Era o povo que voltava comemorando o resultado da eleição. Então, mais outro tiro e outro, mais perto agora. E mais três estourões valentes, um barulhão no céu. A passarada calou. Paulo viu: Virgem, mãe de Deus! Um garrotão rebentava os paus da cerca da balsa e se precipitava no rio, arrastando no mergulho o vestido cor de sangue de Ritinha. E o berro desvairado de Gerôncio: Boooi, diabo!”.

(no Colibri, lugarzinho perdido, uma quietude imensa, o amigo João Bosco enche a alma de paz apreciando o rio Preto que passa) 

Ontem, estudávamos os ensinos dos homens e mulheres santificados e o exemplo do Senhor Jesus sobre o silêncio. De como na quietude Deus está. E de como o mundo dos homens nos cerca de barulho, enchendo nossos ouvidos, mente e coração para não ouvirmos nossa alma.       



publicado por joseadal às 13:12
Terça-feira, 27 de Agosto de 2013

João Paulo II dizia acreditar nos jovens e que amadurecendo eles aprenderiam a se doar e comprometer-se numa relação. Num livro de autoajuda o norte-americano Steve Carter faz essa constatação: “Se ele tem certa idade e nunca namorou sério, é bem provável que isto não vá mudar. Se o homem tem dificuldade de organizar suas finanças, tem uma história profissional conturbada ou está há anos sem emprego fixo, é melhor se afastar. Infelizmente, os sinais são sempre claros, as mulheres é que têm dificuldade de percebê-los”. Mas isso tudo é numa análise racional e quem procura um amor duradouro fica mais ligado na emoção. No livro Mitologia Grega (vol II, p. 178), conta o mito de Narciso e Eco. O belo jovem - ele se achava o máximo – diz para a moça (é uma poesia do livro Metamorfoses, de Públio Ovídio Nazão (43 a.C-17 d.C):

“Juntemo-nos aqui.

Frase mais doce.

Ela delira e ecoa:

Juntemo-nos aqui.

Vem de braços abertos, anelando.

Mas ele não a quer nem a espera,

Foge, mas antes diz:

Antes morrer do que me unir por amor.

E ela só sabe repetir:

Me unir por amor”.

O professor Junito, explica: “É preciso frisar que Narciso e Eco estão numa relação de opostos complementares, ele é o sujeito e ela é o objeto. Ele quer permanecer em si mesmo e ela quer permanecer no outro. Ambos querem se encontrar e se resolver, mas como se encontram e não se resolvem sobra só uma tragédia. No mito Eco se imobiliza e se transforma numa pedra. Seria, esta situação, o fim da evolução dela, já que os seres inteligentes nascem de Deus e a Ele devem retornar. Porém, tornar-se pedra bruta é regredir e ficar sem espiritualidade”.

Mas se a jovem mulher se decepcionou coma fuga do rapaz ao compromisso, ele também não se dá bem. Conhece o fim de Narciso?   



publicado por joseadal às 02:51
Quarta-feira, 21 de Agosto de 2013

Meu genro Luciano me sugeriu ler uma postagem no blog do Dr. Rodrigo Luz, ali ele comentava esta passagem na vida de Nosso Senhor Jesus:

"Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro” (Lucas 11:24-26).

Ele explica esta passagem dizendo que “muitos pregadores possam estar errando por ignorarem a hermenêutica”. E então, sentencia: “É triste constatar isso, mas observo que muitas das vezes parece que o mal não é de fato expulso da vida dos frequentadores e obreiros de inúmeras igrejas. As pessoas, depois de exorcizadas, batizadas e doutrinadas, tornam-se uma "casa vazia e ornamentada". Passam a usar máscaras de religiosas, porém terminam virando instrumentos nas mãos de terríveis demônios de carne e osso que são determinados líderes encontrados por aí em pele de cordeiro”.

Em nossa era pós-moderna não se tolera a ideia de que existam “espíritos imundos”, e seguindo esta filosofia materialista o Dr. Rodrigo prefere falar de “terríveis demônios de carne e osso”. Mesmo vendo as coisas pela modo cientificista atual, não nos é completamente estranho o entendimento de que vivemos num universo tridimensional, mas que existem universos que não são de matéria e que nele existam seres. Uns de luz, isso a poder de muito esforço e perseverança, e outros imundos que preferem as decisões que parecem fáceis. Sendo possuído por tais, o “estado daquele homem se torna pior”.



publicado por joseadal às 01:37
Sexta-feira, 16 de Agosto de 2013

Nos confins desse Brasil há este tipo de homem: “Pés enterrados na areia do fundo do ribeirão, calção de riscado arregaçado até as virilhas, o sol malhando nas costas nuas, o garimpeiro peneira o cascalho, paciencioso e organizado. Ao lado, o barranco firme onde se amontoa o cascalho. Na peneira a areia e a água se movimentam em galeios rápidos para frente e para trás, ajuntam-se as pedras levem em cima. Numa virada certeira o garimpeiro emborca o cascalho peneirado e as pedras mais pesadas, o metal, torna-se a coroa do piquete. Lá fica ele o maluco cozinhando o couro ao sol, peneirando e peneirando. Vício louco” – Vila dos Confins, p. 114.

Os dias passam, a natureza transforma o mundo em que se vive, mas o homem apegado ao seu trabalho, fazendo aquilo que gosta, não vê nada disso.

“E o garimpeiro vai mudando de ponto. Atrás dele ficam os morrotes redondos de cascalho. Ele não olha para trás, não sente saudades, não deixa nem carrega consigo amor nenhum”. Será que não tem jeito de fugir duma lida assim?

Esta poesia do árabe Tamim al-Barghouti não fala só de Jerusalém:

“Você pensou mesmo que seus olhos veriam somente os outros?

A metralhadora no ombro do soldado adolescente,

As cercas de manjericão e as barricadas de cimento?

Pensou que eles diante de você, são o texto principal

Do qual és apenas uma nota marginal?

Em Jerusalém soldados marcham enquanto rezamos no asfalto.

Pensou, meu filho, que numa visita só afastarias

Da face da cidade o denso lenço da realidade,

Apenas para você ver o que bem desejar?

Em Jerusalém, qualquer um está ali, exceto você”.

É assim que a gente olha, vendo só os outros e como se nem estivéssemos ali?



publicado por joseadal às 12:33
Quinta-feira, 15 de Agosto de 2013

A Igreja Católica tem quase dois mil anos e em todo este tempo teve em seu meio homens e mulheres de grande sabedoria. Usavam estes dons para compreender melhor as instruções de Deus Criador para sabermos viver sem desperdício. Alguns deles foram agraciados com o título de Doutor da Igreja. Santa Tereza D’Ávila foi um desses. No seu livro Castelo Interior ela compara a evolução de nossa alma com o avançar de um cômodo a outro dentro de um castelo. No salão mais recôndito dessa mansão está Jesus, Deus que esteve conosco.

(se estamos sensíveis não há como não as perceber e eadmirar)

eis

Falando do sexto quarto interior, ela fala de como a pessoa que está neste estágio de desenvolvimento enfrenta a doença prolongada: “Também costuma o Senhor dar enfermidades grandíssimas. Este é dos maiores trabalhos, em especial quando são dores agudas, violentas, que descompõe o interior e o exterior, e aperta uma alma de tal maneira, que ela não sabe que fazer de si, e de muito boa vontade tomaria qualquer martírio rápido, de preferência a estas dores prolongadas; ainda que não duram tanto, que, enfim, Deus não dá mais do que se pode sofrer, e Sua Majestade dá primeiro a paciência. Eu conheço uma pessoa que, desde que o Senhor lhe começou a fazer esta mercê, há uns quarenta anos, não pode dizer com verdade que tenha estado um dia sem ter dores. Outras há, que Nosso Senhor, as levará por outro caminho; mas eu sempre escolheria o de padecer, ao menos para imitar a Nosso Senhor Jesus Cristo, ainda que não houvesse outro lucro; em especial, porque sempre há muitos”.

Veja o que esta cristã que chegou a viver na presença do Pai, disse: que neste estado avançado de evolução espiritual a doença cheia de dores é recebida como um mercê do Supremo do Universo. Já ouvi e vi muitas confissões de pessoas que padeceram muito afiançando que foram momentos renovadores e reveladores em suas vidas. Outras há que enfrentaram tais sofrimentos com tanto encanto que deram um testemunho de vida, ajudaram e consolaram, muitas criaturas. Se tiver um momento, veja o exemplo de como a jovem Chiara Luce atravessou a tempestade de um câncer com alegria

http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=278017



publicado por joseadal às 00:49
Terça-feira, 13 de Agosto de 2013

As almas mais sensíveis se confrangem diante da luta do nordestino numa seca prolongada. Como eles aguentam essa vida?

(foto de Cauê Rodrigues mostrando a pasmaceira do sertão)

Mas incrível é como uma miséria dessa ganha uma visão poética na descrição de um bom romancista. É o caso de Mário Palmério, em Vila dos Confins (p.56): “A primeira impressão que o arruado do Carrapato desperta é abandono e pobreza. Difícil topar, naquele fim de mundo, coisa mais triste e sem vida. O sol cai de ponta, brutal. Entorpece e queima tudo. A areia é polvilho de espelho socado no pilão. O ar se pode ver mover-se – lesma amarelada, quente, pegajosa dançando sobre ruas e telhados. O mormaço entra pelas frinchas das janelas e pelos vãos do telhado. Até dos tijolos que rejuntam o chão do quarto sobem nuvens de quentura. Um forno”.

O Brasil é assim. Sendo tão grande abriga grandes metrópoles com shoppings fresquinhos a poder do ar condicionado, e os tabuleiros estagnados e quentes do interior. Em ambos vivem almas sequiosas de atenção e alegrias.

- Mas, porque ainda teimam em viver em locais perdidos, assim?

Este outro trecho talvez explique: “João Fanhoso cantou outra vez o mesmo canto de taquaraçu rachado, o som alto ia longe. Um canto fino respondeu, petulante, do galho do tamarindo. Era o Garnisé. Longe, outro galo respondeu. Depois, outro e mais outro. A  serenata dos galos acordou a fazenda. Debruçado na janela do quarto ele olhou o céu. Pelos lados da lagoa, ainda demoram a beleza do azul escuro debruado de nuvens claras. Pelas bandas do rio Preto, aparecem os primeiros respingos cor de ouro e tingidos de vermelho sangue. Na direção do chapadão amontoam chumações de lã cinzenta das nuvens de chuva. Ele fala baixinho: Chuva, graças a Deus. Um vento fresco chega cheirando a frutas maduras, vinha dos espigões da serra, lá onde a chuva já malhara com vontade.

(este é um caminho do sertão, mas dificilmente você terá passado por aqui, como a gente faz de bicicleta) 

Ele fala quase rezando: Ô sertão bonito, meu Deus!”  



publicado por joseadal às 22:38
Domingo, 11 de Agosto de 2013

Numa página, lá está um tema pra pensar. Noutra, logo à frente, mais uma ideia para voltear na cabeça. Assim é um bom livro, assim é no Kairós, do padre Marcelo Rossi. Nele aprendemos que há dois tempos: Cronos, o tempo dos homens, e Kairós, o tempo de Deus. Ontem, lemos neste mesmo livro a experiência de uma mulher chamada Ana que mostra que há momentos em que os dois tempo se cruzam. Isso aconteceu mil anos a.C, mas é uma lição para nós nesse século 21. Ela não teve filho e isto a deixava amargurada. Vivia chorando e não conseguia comer. Seu marido a consolava (1 Samuel 1:8) : “Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?”

- Ela não rezava?

Sim, vivia orando e pedindo a Deus por um filho. Mas o Céu não lhe respondia. Todos os anos a família subia para a festa da Páscoa, em Siló, e novamente lá estava Ana prostrada rezando (1 Samuel 1:10-11).

 “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente. E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida”. E desta vez ela foi atendida e nasceu Samuel, o grande juiz de Israel.

- Terá sido por essa barganha que ela fez com o Criador o motivo de ter sido atendida?

Parece mais que a vontade dela coincidiu, finalmente, com o plano divino. Os dois tempos se encontraram por um instante. É como se, ali, naquele exato momento, um portal se abrisse entre o mundo dos homens e o de Deus.

O livro Inteligência Emocional lembra que para Ronaldinho Gaúcho ter pegado aquela bola com um zagueiro em cima, ter dado um voleio e fulminado a bola no fundo da rede, ele precisou treinar todos os dias. Em quantas partidas sua atuação foi medíocre?! Mas ele estava pronto para o momento, o instante em que o portal se abre e o homem faz uma jogada, ou uma ação, que foi “ligada no Céu”, como Jesus disse que acontece.

Se você não se importa com Galvão Bueno narrando, reveja este momento mágico.

http://www.youtube.com/watch?v=OhFQj-7PDDY&feature=player_embedded#at=67 



publicado por joseadal às 23:13
Sábado, 10 de Agosto de 2013

Todo estudo e conhecimento desenvolvido pelas universidades desde que surgiram, perto do ano 1.000 e.c, é uma fração de tudo que a humanidade tem inquirido sobre a vida após a morte. No segundo volume de Mitologia Grega, do professor Junito S Brandão (p.162) cita um trecho de A República (p.364), de Platão: “Para justificar os ritos produziram uma multidão de livros baseados nos ensinos de Orfeu. Como base nessas autoridades, persuadem indivíduos de que há para os vivos e os mortos absolvições e purificações que nos livram dos tormentos do inferno”.

- Quem pode afirmar com certeza como é a outra vida? Quem foi lá e voltou?

Os gregos tinham uma lenda que contava como Orfeu desceu a Mansão dos Mortos para buscar sua amada que morreu e de lá voltou, só.

Bem como cremos que Jesus também desceu e de lá ressurgiu. Chamavam o lugar para onde todos nós vamos de Hades (p.163): “A parte mais profunda, abissal e trevosa é o Tártaro; o estagio mediano é o Érebo; e no alto, o mais nobre, é o Elísio. Lá estava a fonte de água da Vida e a árvore da Vida, mas havia outra fonte e outra árvore (p.165): “Na mansão do Hades depararás à esquerda com uma fonte e um cipreste branco, não te aproximes. Bebendo dessa água a alma se esquece de sua existência terrena e, com isso, estará pronta para a reencarnação. Encontrarás, a seguir, outra fonte com água muito fresca, lá estão guardas, de sentinela. Dirás, então: Dai-me, depressa, da água da Memória. Eles te darão e assim estarás pronto para reinares entre todos os heróis. Poderás dizer: Saltei o ciclo dos pesados sofrimentos e das dores, lanço-me agora, com pé ligeiro, em direção a coroa almejada. Encontrarei refúgio no seio da Senhora”.

- Isso tudo é pagão, e completamente diferente da revelação que Jesus nos deu!

A sabedoria faz que encontremos pontos em comum entre o que sabemos e cremos e o pensamento dos outros.


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publicado por joseadal às 20:17
Terça-feira, 06 de Agosto de 2013

Algumas vezes se chega a um livro por uma indicação, outras por uma citação que se lê. Desde que ouvi falar de Santa Tereza D’Ávila me veio o desejo de conhecer o que ela escreveu.

Consegui Moradas Interiores que fala da evolução do crente como se fosse o avançar por dentro de um castelo, onde lá no centro está o próprio Deus. Quando fala do quinto estágio da alma, menciona algo que acontece com o fiel:

“Outra maneira tem Deus de despertar a alma; embora, parecendo maior mercê do que as já ditas, poderá ser mais perigosa e por isso me deterei um

tanto nela. São umas falas com a alma, vozes que a pessoa ouve de muitas maneiras: umas, parece que vêm de fora e que se ouvem com os ouvidos; outras, do interior da alma, do coração; outras, da parte superior, de dentro da cabeça. Algumas vezes, e muitas, pode ser apenas ilusão, em especial se o indivíduo é pessoa de imaginação fraca ou melancólica. Destas duas maneiras não há que fazer caso, a meu parecer, ainda que digam que veem e ouvem e entendem, nem inquietá-las com dizer-lhes que é do demônio; mas ouvi-las como pessoas enfermas”.

Santa Tereza escreveu este livro em 1577, mas a audição de vozes, também chamada de psicofonia acontece aos seres humanos desde épocas remotíssimas. Em 1428, uma donzela de 16 anos, Joana D'Arc, se apresentou a um dos herdeiros do trono francês pedindo para dirigir seus exércitos. Ela lhe garantiu a vitória contra litigantes ao trono e os ingleses por ter ouvido vozes santas que afirmavam ser Deus por ela.

Segundo os evangelistas (Mateus 3:16-17), “sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e [João Batista] viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. João viu a pombinha, mas só Jesus ouviu a voz.



publicado por joseadal às 02:20
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