Profecias são difíceis de entender, pois são passíveis de muitas interpretações. Mas essa, registrada pelo judeu Daniel quando vivia em Babilônia, parece bem fácil de entender (Daniel 9:25-26). “Sabe e entende, Daniel: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar a Jerusalém, até o aparecimento do Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas. E depois das sessenta e duas semanas o Messias será morto; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário”.
A cidade de Jerusalém passou por duas destruições. A primeira aconteceu em 607 a.C. Anos depois, em 455 a.C, o rei persa, Ciro, mandou reconstruir a cidade. Então, foi revelado a Daniel que se passariam 7 + 62 semanas ou 483 dias (que na profecia equivaliam, cada dia a um ano) ou 483 anos e apareceria o Messias. Isso significa o ano de 28 e.C. Foi quando Jesus chegou de Nazaré às margens do rio Jordão para ser batizado por João Batista.
No livro O Paradoxo da Serpente, afirma (p.58): “A noção filosófica grega impôs-se ao anúncio de Jesus e ao pensamento cristão. Tratava-se de um momento decisivo: as expressões do helenismo e do cristianismo ficaram frente a frente”. Desde o tempo de Daniel, uma linhagem de filósofos na Grécia, foi estudando e explicando o mundo e o homem. Assim quando Jesus ensinava que o Messias anunciado não seria um guerreiro, mas um Deus enviado de outro mundo, essa novidade incrível pode ser compreendida tanto por um pescador como por um estudante das Escrituras. Os gregos os haviam preparado antes. “Os judeus que se converteram a nova fé foram levados do culto a um deus tribal, exclusivo de Israel, a um espírito cósmico, ao Deus até então Desconhecido de todos os povos”.
Quem observa a historicidade humana, não a compreenderá bem se não tiver fé de que tudo o que acontece na Terra, é consequência de projetos por longo tempo amadurecidos.