Quarta-feira, 21 de Maio de 2014

Se um dia os cientistas humanos conseguirem fazer uma máquina que nos leve através do tempo, para que época você gostaria de ir? No livro Cavalo de Tróia volume I, Jerusalém, descreve uma viagem pelo tempo até o ano 33 e.C, quando a Bíblia diz que viveu Jesus, que era conhecido como Cristo. Há muitos anos queria ler esse livro, mas só agora – no tempo certo? – meu sobrinho Maércio me mandou todos os oito volumes dessa saga. O escritor J.J. Benitz juntou dezenas de livros sobre aquela época: evangelhos apócrifos (livros sobre a vida de Jesus que não foram incluídos na Bíblia), obras de historiadores gregos e romanos e muitos livros da tradição judaica; além de usar descobertas arqueológicas sobre aquela época. Assim, a leitura desse livro nos abre novas visões sobre a obra de Jesus entre nós. A p. 123 descreve a entrada em Jerusalém no domingo anterior a Páscoa:

               “O Mestre, perfeito conhecedor das Escrituras, respondeu abertamente:

                - Assim era preciso, para que se cumprissem as profecias... 

                Efetivamente, tanto no Gênese (29, 11) como em Zacarias (9,9) se diz que o Messias libertador de Jerusalém viria do monte das Oliveiras, montado num burrinho. Zacarias, concretamente, disse: Alegrai-vos muito, ó filha do Sião! Gritai, ó filha de Jerusalém!, Olhai, o vosso rei veio até vós. É justo e traz a salvação. Vem como o mais humilde, sentado num burrinho, a cria de um burro.

                Pela hora sexta (o meio-dia), depois de um frugal almoço, Jesus - que tinha recuperado o excelente bom humor do dia anterior - pediu a Pedro e a João que seguissem à frente até à povoação de Betfagé.

                - Quando chegardes à encruzilhada dos caminhos - disse-lhes - encontrareis presa a cria de um asno. Soltai o burrinho e trazei-o.

                - Mas, Senhor - argumentou Pedro com razão -, e que devemos dizer ao dono?

                - Se alguém vos perguntar a razão por que o fazeis, dizei simplesmente: O Mestre tem necessidade dele.

                Pedro, muito habituado a estas situações desconcertantes, encolheu os ombros e partiu para Betfagé”.

               Tudo isso já estamos cansados de ler nos Evangelhos, mas o que diz a seguir são revelações descobertas em outros livros.

               “O Mestre, sem mais demora, deu ordem de partida para Jerusalém. Os gêmeos, num gesto que Jesus agradeceu com um sorriso, estenderam os mantos por cima do burro, agarrando-o pelo cabresto enquanto aquele gigante montava escarranchado, o Nazareno agarrou a corda que fazia às vezes de rédeas e bateu levemente no asno com os joelhos, incitando-o a avançar. A considerável estatura do Rabi obrigava-o a dobrar as compridas pernas para trás, a fim de não arrastar os pés no pó do caminho. Com todo o meu respeito pelo Senhor, a Sua figura, cavalgando daquela maneira o jumento, era um espetáculo meio ridículo meio cômico. Pouco a pouco, fui-me apercebendo que aquele, precisamente, era um dos efeitos que o Mestre parecia pretender. A tradição - tanto oriental como romana - estabelecia que os reis e heróis entrassem  nas cidades montados em garbosos corcéis ou em engalanados carros. Mas, que gênero de sentimento podia provocar no povo um homem de semelhante estatura, no lombo de um burrinho?

                Sem dúvida, uma das razões para entrar assim na Cidade Santa tinha de ser procurada numa ideia intencional de ridicularizar o poder puramente temporal. E Jesus ia consegui-lo. De início, tantos os homens do Seu grupo como as dez mulheres escolhidas por Jesus - e que se tinham unido à comitiva - ficaram desconcertados. Mas o Mestre era assim imprevisível, e eles amavam-No acima de tudo. E assim aceitaram o fato com resignação”.

               Então aconteceu algo inesperado para os discípulos: “Uma multidão que não se poderia calcular [vieram de muitos lugares para a festa da Páscoa em Jerusalém] fora se juntando de ambos os lados do caminho, saudando  e reconhecendo Cristo como o profeta da Galiléia. Os doze, que rodeavam estreitamente o Rabi  estavam estupefatos. O seu medo inicial pela segurança do chefe e do resto do grupo foi-se dissipando à medida que avançávamos. Centenas - talvez milhares - de peregrinos de toda a Judéia, da Pereia e até da Galiléia pareciam ter-se tornado repentinamente loucos. Muitos homens se despojavam dos seus roupões e estendiam-nos no pó do caminho, sorrindo e mostrando-se encantados à passagem do burrinho. Como uma só pessoa, mulheres, crianças, velhos e adultos gritavam e repetiam sem cessar: Bendito o que vem em nome do divino!... Bendito seja o reino que vem do céu!”

Eu gostaria de ter estado lá, e você? 



publicado por joseadal às 14:03
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