Sexta-feira, 30 de Maio de 2014

“Quem entra no deserto não pode voltar. E quando não se pode voltar só devemos ficar preocupados com a melhor maneira de seguir em frente. O resto é por conta de Allah – disse o guia da caravana”. Os dois rapazes que seguiam com a caravana tinham visões diferentes do que pode ajudar a viver melhor. Um disse: “Você precisa prestar mais atenção ao que acontece em sua volta. Verá que a caravana dá muitas voltas, mas ruma sempre para o mesmo lugar”. O outro retrucou: “E você devia ler mais sobre o mundo. Os livros são iguais às caravanas” – p. 117 em O Alquimista, de Paulo Coelho.

Chegaram ao oásis onde mora o Alquimista. O sábio vê a caravana chegando. As pessoas gritavam atrás dos recém-chegados, a poeira encobria o sol do deserto e as crianças pulavam de excitação. O Alquimista pensou (p. 145): “‘Quando os tempos andam depressa, as caravanas também correm mais’. Mas nada daquilo interessava ao Alquimista. Ele já havia visto muito gente chegar e partir pisando aquelas areias que sempre mudavam de forma por causa do vento. ‘Mas são as mesmas areias que conheci quando era criança’”.

 O mundo diz muitas coisas em uma linguagem que fala ao coração. Quando se anda de bicicleta longe das construções humanas o tempo parece andar mais devagar. Afinal, aquela pedreira perto do caminho tem milhões de anos, e a gente só umas míseras dezenas. A antiga rocha nos vê passar como já assistiu tantos caminhantes, cavaleiros, automóveis e sabe-se lá o que mais. De jeitos novos, os homens sempre se repetem: nascem, crescem, estudam e aprendem um ofício, namoram e casam, tem filhos e se separam (ou não), ficam doentes e evelhecem. Nem eu nem você inventaremos uma história nova que a velha pedreira já não tenha visto. 



publicado por joseadal às 12:54
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