Domingo, 31 de Agosto de 2014

Hoje peguei minha bike e subi a serra da Bocaina, ontem fui de Piraí até Paracambi por dentro da mata. E enquanto fazia tudo isso, irmãos meus passaram esses dois dias trancafiados em celas apertadas comendo, defecando e dormindo com outros.

- Erraram, Zé, agora estão pagando.

Falo da má sorte, do destino que faz um ser humano perder anos de vida dentro de uma jaula. O livro Infiéis conta que a sina foi ainda pior para outros. “As galés eram um tipo de navio construído para as condições específicas do Mediterrâneo.

Longas e de baixo bordo eram capazes de mover-se independentemente da força ou direção do vento. Sua principal força motriz estava nos bancos de remadores que se estendiam por mais de 10 m em ambos os lados do vaso de guerra. Três ou quatro homens sentavam-se um ao lado do outro em cada banco, todos remando ao mesmo tempo.

Eram escravos, prisioneiros de guerra e criminosos. Em cada navio havia mais de cem homens, a maioria acorrentada ao seu posto de remar”. Preste atenção agora, e se puder deixe de sofrer por esses irmãos que há muito partiram dessa vida: “A maioria vivia o resto de seus dias dentro dos 60 cm que lhes eram designados. Dormiam, comiam, defecavam e urinavam, ficavam doentes ou sangravam e com frequência morriam de infecção. Ratos e baratas pululavam nos restos de comida e nas fezes. O repulsivo cheiro do convés dos remos podia ser detectado a até 3 km de distância”.

Meu Deus, houve irmãos nossos, “remadores, que subsistiam por 30 ou mais anos. Servir nos remos era uma forma de morte em vida”. Se a vida é só essa, como ela é triste para esses irmãos. É preciso agradecer ao Criador todos os dias a sina que nos deu nessa vida. Eu e você precisamos encontrar alegrias em nossa vida, sempre.   



publicado por joseadal às 23:12
Terça-feira, 26 de Agosto de 2014

Se pudesse, pegava-o pela mão e levava-o ao REC. É um Ágape, uma reunião alegre de cristãos. Nela não há músicas nem danças, mas oração, estudo, reflexão e a felicidade de coisas boas aprendidas. Nas últimas três semanas, estudamos os Dogmas da Igreja.

- Estudar dogmas, zé?

Eles não são cabrestos, são princípios. Como na matemática. Os conceitos básicos dela são axiomas, como aquele que diz: paralelas são retas que prosseguem equidistantes até o infinito. Se você conseguisse mudar um princípio, todo estudo humano viraria pó. Os Dogmas são princípios da fé. Ontem, estudamos os dogmas sobre Maria: “Se alguém afirmar que Emanuel (Cristo) não é verdadeiramente Deus, e que portanto, a Santíssima Virgem não é Mãe de Deus, seja excomungado”. No REC todos comentam e nessa noite falamos que a concepção de Maria não foi como a de Sara. Nela, mulher idosa, com os órgãos reprodutivos já desativados, o Espírito Santo regenerou-os e o esperma do velho Abraão conseguiu engravidá-la. Maria concebeu por ação do Espírito Santo, sem esperma humano. A jovem Ana Luiza nos lembrou que Izabel, que também concebeu do marido com ajuda do Espírito Santo, ao receber Maria, disse (Lucas 1:42-43) : “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. Que grande honra recebi, que venha visitar-me a mãe de Adonai?”

Ficamos refletindo por um momento e me veio uma outra compreensão: Ora, Isabel estava no sexto mês de gravidez, mas Maria estava na primeira ou segunda semana. O Filho que ela gerava era um embrião, uma porção de células que se fixaram na parede do útero. Mesmo assim, Ele já fazia a voz de Maria impressionar seu primo no ventre de Isabel.

Percebemos como a vida e capacidades de um novo ser já estão presentes na segunda semana de vida. Os corações de todos ali ficaram felizes por essas revelações. 



publicado por joseadal às 22:56
Quarta-feira, 20 de Agosto de 2014

Hoje, na loja de um novo amigo, conversávamos quando entrou um jovem bem negro de chapéu desabado, e bonito. Fez perguntas e em pouco tanto eu quanto Francisco sentimos que ele estava a ponto de nos assaltar. Mas acabou indo embora. Ia mesmo nossa assaltar ou só estava meio perdido? Decidimos que era um assaltante só porque era negro?

As notícias dão conta do recrudescimento do tratamento discriminatório nos EUA. O rapaz Michael Brown, de 18 anos foi assassinado por um policial branco. Outro jovem negro perguntou a um repórter: “Para que diabos ele tinha cassetete? Porque precisou matar? Somos cachorros?”

No livro Teologia e Negritude, falando dos grupos de Pastoral do Negro, diz (p. 158): “No documento Deus na Roda com a Gente, de 1992 ensina este Credo da Pessoa de Cor: ‘Cremos num Deus que é alegria, que ri e que canta, que não resiste e vem dançar na roda com a gente; cremos num Deus que renova nossas esperanças e não nos deixa desesperar; um Deus que é consolo na solidão: quantas vezes Ele é o único companheiro que nos resta!; cremos que Deus é ternura, que transforma desde dentro pessoas e estruturas; Deus que é força, mas não força que quebra e arrebenta, principalmente o que é novo e jovem; creio num Deus que gesta um povo que explode em sons, cores e alegria; um Deus fortemente identificado com as mulheres negras, as mães negras”.

(foi assim, com um gesto de rendição, que Michael recebeu 6 tiros do policial)

Para o policial que matou Michael desarmado – aquele menino negro podia ser meu neto ou teu filho – ou para os policiais brasileiros que também matam jovens negros, o livro tem esta frase: “Ninguém recebe um talento para si mesmo e sim para servir à causa do Reino de Deus através da comunidade”. 



publicado por joseadal às 23:59
Segunda-feira, 04 de Agosto de 2014

A fé desvenda-nos o caminho e acompanha os nossos passos na história. Por isso, se quiser­mos compreender o que é a fé, temos de expla­nar o seu percurso, o caminho dos homens cren­tes, com os primeiros testemunhos já no Antigo Testamento”. Palavras do papa Francisco em sua encíclica Lumem Fidei. A Fé Ilumina, nosso caminhar nesta vida, explica a história do homem e é uma lanterna para desvendarmos o futuro.

O que ele escreveu repete São Paulo Apóstolo, em sua escrita aos Hebreus (11:1, 2): “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho”.

Francisco usa uma figura para guardarmos melhor este ensinamento: “A arquitetura gótica exprimiu-o muito bem: nas grandes catedrais a luz chega do céu através dos vitrais onde está representada a história sagrada. A luz de Deus vem-nos através da narração da sua revelação e, assim, é capaz de iluminar o nos­so caminho no tempo, recordando os benefícios divinos e mostrando como se cumprem as suas promessas”.

Uma cena que representa a vida de um ser humano que buscou a santificação pintada em um vitral, traz-nos a luz da fé através daquele exemplo. Assim, precisamos conhecer a história dos fiéis para termos fé firme.

Então, o papa cita as palavras de Isaias, um santo profeta, ditas a um rei que vivendo um momento de crise em seu país precisava ter fé: “Se não acreditardes, não compreendereis”. São dois verbos que se interpenetram: acreditar e compreender, ter fé e conhecer. 



publicado por joseadal às 12:25
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