Terça-feira, 11 de Dezembro de 2012

O estudo das religiões cristãs revela que a ceia de Cristo, a missa ou comunhão do pão e do vinho, tem rituais diversos. Há aquelas que a celebram mensalmente e as que o fazem anualmente. Mas apenas na Igreja Católica o ritual envolve uma comunhão, nas demais é feito em lembrança do sacrifício que o enviado de Deus fez por nós.

Hoje, em dois lugares, li a respeito da transubstanciação, o rito que faz a dolorosa entrega da vida de Jesus se repetir diante do crente. Um foi na revista Católicos comentando a última encíclica de João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia; “Há mais de meio século meus olhos concentram-se sobre a hóstia e sobre o cálice onde o tempo e o espaço se contraem e o drama do Gólgota é representado ao vivo, desvendando a sua misteriosa contemporaneidade”. O outro foi no volume I de Mitologia Grega: “Enquanto o tempo profano, histórico, é linear – pode-se comemorar uma data mas não fazer acontecer de novo o que ocorreu lá – o tempo mítico volta sempre sobre si mesmo. O rito liberta o ser humano dando-lhe segurança de que é capaz de abolir o passado e de recomeçar sua vida, recriando o mundo. Nele a divindade se manifesta em qualquer objeto, seja uma árvore, um pedaço de pão ou um cálice com vinho: a hierofania faz com que o objeto se torne outra coisa, embora permaneça o mesmo”.

Em um mundo materialista e dessacralizado é difícil entender que “através do rito, o homem se incorpora ao mito, beneficiando-se de todas as forças e energias que jorraram no evento origem”. A morte de um homem justo numa cruz, no caso de Jesus Cristo, não foi só uma injustiça, foi o nosso Criador ter se deixado matar vilmente para cobrir nosso pecado original. Na missa, com fé, se revive todo este drama como se o tempo houvesse voltado e estivéssemos lá no Gólgota, talvez até de novo.



publicado por joseadal às 01:18
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