Platão ensinou em A República que o que nos faz "ver" uma coisa nova e "apreende-la" é a luz de uma "Idéia". Agora, vamos com o mestre mais adiante.
"Contudo, se alguma vez pudermos ver o próprio sol ou, dito sem figuração, se pudermos avistar a Idéia mais elevada, então poderemos apreender que ela é para todos os homens tanto a causa de toda retidão (de seu comportamento) como também de todo belo".
Sim, as Idéias nos desvelam verdades, mas há uma Idéia que enfeixa todas e que revela uma Verdade suprema. Platão a desigou como Idéia do Bem:
"Portanto, isso que concede desvelamento às coisas conhecidas, mas também cede ao conhecedor a capacidade de conhecer, é a Idéia do Bem. No domínio do que é possível conhecer, a Idéia do Bem é a visibilidade que consuma todo o brilhar e, por isso, também é a última que se chega propriamente a ver, de tal modo que ela mesma, de fato, mal chega a ser vista, só com muito esforço. Todo aquele que está interessado em agir com desenvoltura e com percepção - seja consigo mesmo, seja em público - deve ter em vista essa Idéia que se chama o Bem, já que torna possível a essência das demais Idéias".
Heidegger faz um comentário e usa uma palavra da era digital: "O Bem concede o aparecer da evidência e por essa concessão o ente é retido no ser e 'salvo'".
Uma Idéia, e mais ainda a maior delas, a Idéia do Bem, dá ao discípulo não só guardar um novo conhecimento como "salvá-lo" dentro de si, tornando este saber parte do ser.