As emoções, poderosas forças do inconsciente, sentidas como se doessem no coração, levam homens e mulheres a atitudes que marcam pra vida toda. Assim, os jovens designam meninas que em saem com um e outro como cachorras, esquecendo que eles também estão passando pela mesma fase. No livro Mitologia Grega vol II, discutindo o mito de Psiqué, explica o drama em que a moça se meteu quando teve de separar num monte de grãos: feijão, milho, lentilha e grão-de-bico (p.236): “Diga-se logo que o mesmo simboliza ‘uma mistura uróbica masculina’, quer dizer a típica promiscuidade que Johann Jakob Bachofen (1815-1887), historiador e filósofo suíço, designou como ‘estágio pantanoso da vida’.
Formigas vem ajudar Psiqué a separar ‘o joio do trigo’ em sua existência. Elas são, segundo Erich Neumann (1905-1960), psicólogo e filósofo alemão, ‘símbolo dos instintos’.
Psiqué opõe à promiscuidade de Afrodite um princípio ordenador instintivo. Enquanto a deusa do Amor se atém a empurrar os humanos para a promiscuidade para manter a fertilidade, seu principal propósito, Psiqué possui em si um princípio inconsciente que lhe permite selecionar, peneirar e encontrar seu próprio caminho em meio a confusão masculina”.
É também verdade que o orientar, função primeira dos pais – se é que eles já passaram pela fase pantanosa da promiscuidade – pode ajudar os jovens a passar por essa fase evolutiva da personalidade sem se ferirem muito.