Terça-feira, 08 de Novembro de 2011

Às vezes, já deve ter-lhe acontecido também. Uma frase que ouço ou um pedaço de música, uma nuvem com raios de sol debruando seu contorno ou um jeito de olhar de alguém, acorda a memória de algo indefinível e uma lembrança foge nos deixando meio perdidos. Possivelmente não foi algo visto ou ouvido nesta vida.

No livro O Grande Gatsby, o escritor F Scott Fitzgerald, descreve um instante deste: "Em meio a tudo o que ele disse, recordei-me de algo, um fragmento de palavras perdido que ouvira, havia muito, algures. Uma frase procurou formar-se em minha boca e meus lábios se entreabiram como os de um mudo. Mas não produziram som algum e aquilo de que quase me lembrei permaneceu irrecuperável".

É preciso ser sensível com o eu-sou que temos dentro de nós e suas recordações muito antigas. Quando uma imagem, uma palavra, uma música, qualquer coisa em nossa vida atual tiver o dom de entreabrir nosso inconsciente e uma lembrança furtiva quiser chegar meio sem jeito, temendo intrometer-se em nossa existência, pare o que estiver fazendo, preste atenção a ela, convide-a a se chegar, não tenha medo nem ciúme de outro que viveu em eu-sou, e curta, sinta, o que se passou. Afinal, somos o que somos, uma colcha de retalhos.     



publicado por joseadal às 22:07
Sábado, 26 de Fevereiro de 2011

O autopersonagem, Henry Miller, encontra um amigo depois de muitos anos e pensa consigo mesmo o seguinte: "Recuo então todos aqueles anos, um corredor longo como um tubo em espiral com espelhos distorcidos de cada lado e chego exatamente àquele ponto do tempo e do espaço em que fixei-o na imagem segundo a qual sempre o veria, mesmo no próximo mundo".

Não estou mudando de assunto, não. Chico Xavier também encontrou um amigo que se chamava Emanuel. Na longa existência dos seres por este e por outros mundos, este ser viveu experiências como outras pessoas, algumas delas com aquele que se tornou Chico. Mas quando, terminada suas encarnações evolutivas, se fixou numa personalidade escolheu a da que viveu como legionário romano do tempo de Jesus.

Semelhante ao que diz um parente no velório de um ente querido: não vou vê-lo agora, quero guardar a imagem dele sorrindo em determinado momento. Assim, em nossa vidas há aquela que queremos como a mais representativa.

Em uma parábola a respeito da ressurreição Jesus conta que uma mulher casou e enviuvou sete vezes e pergunta: na ressurreição com qual marido ela vai viver? Mesmo que não desfrutem de um relacionamento sexual ela escolheria conviver com aquele que calou mais fundo em seu coração. Sejam sete ou mais encarnações, tem sempre aquela vida que melhor nos representa como espírito.

Por falar nisto, qual é sua melhor foto? Você não é fotogênico? Não sai bem em nenhum instantâneo? Não se saiu bem em nenhuma vida?

Então te cuida cara!      



publicado por joseadal às 17:26
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