Quando um movimento de rochas abaixo da superfície causa tanta comoção e estragos nos sentimos como Santo Agostinho, conforme revela a introdução do livro Livre Arbítrio, de sua autoria:
"Não podia Agostinho suportar a idéia de que Deus fosse a causa do mal. Enfim, em Milão, enquanto a eloqüência de Ambrósio trazia-o ao catolicismo, a leitura do neoplatônico Plotino trouxe-lhe a luz tão desejada. Todavia, ainda, não uma resposta definitiva e plena. Plotino conduziu Agostinho à certeza de um Criador bom e poderoso, fonte de toda realidade. Desse modo, o mal não podia ter lugar entre os seres, nem prejudicar a excelência da obra divina. Tampouco poderia o mal impedir ao homem que o quisesse, encontrar em Deus a paz e a felicidade".
Para Plotino o mundo material estava em evolução, vinha da incompletude e vagava em direção ao perfeito: "o mal não é um ser, mas deficiência e privação de ser".
O ser humano tem de conviver com o mal sem se conformar com a bestialidade, seu alvo deve ser o Total, em Deus. Apesar dos desastres violentos que presenciamos - mas que ainda não nos atingiu - já viemos de tempos impensavelmente mais caóticos. Na era Cenozóica, 60 milhões de anos passados não era tempo de rochas que se acomodam, mas do nascimento de montanhas. Ainda não estávamos aqui.
Peçamos a Deus capacidade de atenção para ajudar quem for atingido e para nos afastarmos do perigo e de buscarmos as reservas de força quando chegar nossa vez. Este é um tempo de mudanças e vai sobrar mal pra todo mundo.