Em duas páginas de jornal, Ferreira Gullar em uma José Castello em outra, falam, sem combinar, em imagens e palavras. Enquanto os lia o tempo todo pensava nos meus irmãos nesta Terra que não gostam de ler ou acham que um filme ou a TV substituem uma boa leitura.
Gullar falando da comunicação visual diz: "O vínculo entre a imagem e a realidade nasceu com o homem das cavernas e se mantêm até hoje. Isto não significa que lêr seja um exercício descabido e inútil, pelo contrário, a linguagem das palavras cria significações que somam com a expressão das imagens".
Já Castello lembra as imagens de Artur Bispo do Rosário, o artista esquizofrênico - uma interpretação nossa para a complexa personalidade dele - e e sua explicação para pintar: "Minha missão é enquadrar objetos para salva-los do dilúvio".
E o crítico deduz: “Ler um livro é tomar posse da língua, pois a literatura, sem ser algema, ainda assim prende e sustenta em um delicado fio de palavras, aquilo que de outra forma se perderia. Mais ainda: aquilo que, sem o contorno de um nome, não chegaria a existir”.
Ora, a vida é uma escola, nela aprendemos muito, mas quando lemos um bom livro tomamos consciência daquilo que outra pessoa, com mais luz do que nós, viu e com gentileza nos passa. Ou como diz José Castello, um leitor de muitos livros: “Sempre achei que a literatura é uma carícia”. Aproveite os dias dos namorados e faça uma “carícia” em quem você ama e especialmente em você mesmo. Leia um livro estes dias.