Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2011

Se você está enamorado, seja pela primeira vez ou de novo, pense nestas palavras:

"Não tive consciência, logo que a conheci, do quanto ela necessitava de mim. Não compreendi também a grande transformação que ela tinha imprimido a sua vida, a seus hábitos, a fim de me oferecer aquela imagem ideal de si mesma que ela, tão cedo, suspeitou que eu tivesse criado".

Este texto está no livro Sexus, de Henry Miller. Diz aqui que quando aquela mulher que nos atrai intensamente e para toda vida nos conhece, tem uma intuição do ideal de companheira que buscamos. Dai, ela também sentindo que somos o homem da vida dela, se molda ao que ambicionamos. O compositor Adelino Moreira disse a mesma coisa nestes versos de Escultura cantados por Nelson Gonçalves:

"Cansado de tanto amar

Eu quis um dia criar

Na minha imaginação

Uma mulher diferente

De olhar e voz envolvente

Que atingisse a perfeição"

O pior é que ela entra na fantasia. Se é uma boa mulher ela adota essa nova imagem sem segundas intenções, só com uma única, nos agradar.

"Esforçava-se por fazer-se indispensável, por me amar com tanta devoção, com um sacrifício tão completo que aniquilou seu passado. Não o fazia deliberadamente. Não tinha sequer consciência do que estava fazendo". Maravilhoso!

Mas, se no decorrer da vida ela descobre a droga que somos, ou se quem ela é mesma não aguenta ficar mais guardada, ou escondida, ela se torna uma megera. Quando somos nós, os homens, que damos uma de principe encantado para agradar uma mulher romântica, quando cansamos viramos um sapo asqueroso. Os românticos que me desculpem.

 


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publicado por joseadal às 21:52
Sexta-feira, 28 de Janeiro de 2011

Impertinente, é o adjetivo para definir Domenico Masi, filósofo do século 21. Escute só isto que ele escreveu no livro Criatividade: "O evangelho assegura: é mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus. Mas lendo o livro A Vida dos Santos, em 13 volumes, que descreve a vida de 2.489 santos vê-se outra realidade. Enquanto numa sociedade em desenvolvimento 5% da população

equivale à classe A, 15% à classe média B e 80 % à póbres, entre os santificados pela igreja Católica Romana 78% pertenciam a classe alta, 17% aos remediados e apenas 5% eram pobres. Algumas famílias da nobreza medieval conseguiram meia centena de santos".

O que podemos dizer? Ele apresenta fatos irrefutáveis de um desvio dos ensinos simples do mestre de Nazaré. A ciência não consegue ficar quieta sem implicar com a religião. Isto se chama Positivismo e é irritante para o que tem fé, isto é, aquele que se sente bem acreditando em alguma coisa mesmo que não seja (muito) racional.

Não pense que há coisas incompreensíveis que não devemos tentar entender. Tudo o que nos cerca hoje, de um computador a um avião supersônico, de um transplante de coração a um filme em 3D, tudo se tornou realidade quando o homem inquiriu pela explicação, quiz saber como era. O mesmo se refere aos assuntos do espírito.


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publicado por joseadal às 19:31
Quinta-feira, 27 de Janeiro de 2011

Como é que você vê a história do homem? Nem pensa nisso? Bem, é sua opção. Mas lendo um filósofo italiano moderno fiquei admirado com sua concisão em expor como grandes pensadores definiram a longa jornada da humanidade até hoje: "Para Leopardi e Gore Vidal tem sido 'um inferno governado pelo acaso'. Para Goethe e Beethoven, Fellini e Niemeyer 'foi uma viagem difícil e só tornada possível pela beleza e fantasia das artes'. Borges e Calvino entendiam que por milhares de anos os humanos 'participaram do duelo entra a emoção e a razão'".

Que tal se você fosse a uma livraria e procurasse um livro de cada um desses autores para ouvir com seu coração o que eles perceberam do mundo, abrindo assim nossos olhos. Ou então procure no Google. Ponha o nome de cada um leia o que disseram deles - posso te adiantar que não é a mesma coisa. Um comentário sobre o argentino Jorge Luis Borges, por exemplo, será só a opinião de outra pessoa. O bom é você mesmo ler um clássico desses.

Ande, faça isto, a vida se esvai rapidamente.


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publicado por joseadal às 19:59
Quarta-feira, 26 de Janeiro de 2011

O livro Criatividade diz que um homem como eu, que nasci na década de 1940, só com muita sensibilidade e informação certa pode compreender o que seja criação coletiva.

"Até o século 18 tudo era misterioso e mágico e a humanidade via-se desarmada diante das pestes e das secas e consequente fome. Então os estudiosos aprofundaram o saber a procura das causas e de como antecipá-las e resolvê-las. Surgem os movimentos como o de Keynes na economia, os matemáticos apresentam a teoria dos conjuntos e os pesquisadores exploram a biologia molecular".

Éprec iso estudar profundamente, entregar-se a um tema, para se criar algo novo e bom. É isto que precisamos colocar na mente dos jovens, não façam corpo mole só usufruindo o que já encontraram pronto. Agora chegou o tempo de cada produto ser criado por equipes multidisciplinares, cientista de campos de estudos diferentes se organizam para contribuir em um assunto como o desenvolvimento de um software, um satélite de investigação do sistema solar, um filme ou a construção de um grande prédio.

Domenico de Massi diz mais: "Consumada a experiência de racionalização extrema, conferidas às máquinas todas operações repetitivas e de precisão restará aos humanos usufruir a vida longeva de modo saudável, culto, solidário e comtemplativo".

Para que tudo isso não continue só o previlégio de uns poucos temos de passar para nossos jovens o prazer de aprender e de ser grato a ciência que acumulamos. Mas francamente, para se alcançar isto é preciso vencer idéias como as que tanto ouço na Baixada Fluminense: "a Bíblia me basta". Gente!!!



publicado por joseadal às 21:40
Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2011

"Sí, todos los pueblos tienen una bruja residente. Todos los pueblos esconden a algún sacerdote pagano de la antigua Grecia o algún adorador romano de dioses minúsculos que corren por los caminos e se esconden para escapar de los cristianos".

Quem diz isto é um personagem no livro El Árbol de las Brujas.

Quando faço trilhas pedalando em minha bike de alumínio para fora da cidade, nas pontas de ruas ou em rios em meio de matas encontro os Brujos em seus rituais. Mesmo neste século 21, do conhecimento tecnológico e dos prazeres, as bruxas existem, são procuradas para ajudar e são escorraçadas. Sempre foi assim.

"En todos los villorrios, en todas las granjas que puedas encontrar se ocultan antiguas religiones. Habéis visto cómo fueron mutilados y talados los druidas ¿eh? Ellos se ocultaban de los romanos. Dispos foran los romanos, que alimentaban con cristianos a los leones, quienes correran a esconderse. Así es con todos esos descoyuntados cultos menores de todos los gustos y tipos, luchan por sobrevivir.

-Pero,  ¿Qué significa en verdad la palabra Bruja?

-Bueno... -dijo Tom, cohibido.

-Ingenio - dijo Mortajosario -. Inteligencia. Eso quiere decir. Conocimiento. De modo que cualquier hombre, cualquier mujer, con medio cerebro y ganas de saber algo tenía aptitudes, ¿eh? Y así a cualquiera demasiado despierto, que no se ocultaba bastante, lo llamaban...

-¡Brujo! -dijeron los niños a coro.

-Y algunos de los más listos, los realmente ingeniosos, decían que eran magos, o imaginaban soñar con fantasmas y almas en pena y momias errantes. Y si por casualidad un enemigo caía fulminado, se le atribuían todas las glorias. Les gustaba crer isto".

Então, se ser bruxo é ser especial e ter parte com os espíritos, somos bruxos todos nós.


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publicado por joseadal às 19:45
Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2011

No livro Sexus diz algo sobre alegria: "A alegria se baseia em algo profundo demais para ser compreendido e comunicado. Ser alegre é ser um louco num mundo de gente triste". Mas este mundo parece tão alegre! Os jovens alvoroçados como abelhas em bares com música alta e mesas cheias de garrafas de cerveja vazias e conversando em voz alta não é pura alegria?

O mestre Jesus, o enviado, nos lembrou que a felicidade pode ser sentida até mesmo num momento de dor: "Felizes os que choram porque serão consolados". Em outras palavras: chore, mas continue feliz. Isto é possível? Psicólogos acreditam que os deprimidos são pessoas que não encontram alegria em nada, mesmo quando está tudo bem e bonito em torno dela. O contrário também é verdadeiro. Tudo pode estar caindo em nossa volta, mas levantamos a cabeça e vemos alguma coisa boa para fazer.

Neste livro, Henry Miller diz: "As lágrimas são mais fáceis de suportar que a alegria". Este estado de espírito provoca ações e quanto mais se faz mais nos comprometemos. Coisa difícil é viver bem.


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publicado por joseadal às 20:33
Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2011

Reduzir uma idéia ao mínimo de palavras é uma arte, ou é resultado de uma mente desvairada. Tome esta frase atribuída a Nelson Rodrigues: "O desejo do puro é sempre hediondo". O que é que ele quiz dizer? O cronista Francisco Bosco cita-o para ratificar sua opinião: "A civilização é um sistema de repressão de pulsões, mas o limite entre liberdade e proibição é delicado e o excesso de controle [demaziada pureza] tende a levar a civilização de volta a barbárie".

Questão que se complica com falta de amor. Este sentimento nos faz muito ligado a alguém, nos preocupa seu bem estar, e tanto não lhe permitimos fazer tudo (controle moderado) quanto não temos coragem de proibir demasiado (sem liberdade).

O mais maravilhoso é que sempre testando seus limites, ultrapassando os limites das leis vigente ou praticando o que a religião chama de pecado, o ser humano foi conquistando mais espaço e o indivíduo melhor domínio sobre os desejos. Poucas vezes a liberdade levou a ações hediondas. O mesmo não se pode dizer da tirania, do controle irrestrito de um sobre o direito dos outros.

Hoje peguei um prospecto no balcão de uma contabilidade, cuja contadora é pastora evangélica, Como Conseguir o Perdão. Citando Paulo apresenta este paradoxo: "Se dizemos que não temos pecado estamos nos enganando. Meus filhinhos escrevo isso para que vocês não pequem. Porém se alguém pecar temos Jesus que nos defende diante do Pai". O controle [exigência de pureza] cria hipócritas porque veja: não peque... se pecar Jesus defende... e se dizemos que não temos pecado estamos nos enganando. É uma roda viva. Então o cristão não pode dizer: eu não tenho pecado. Na realidade a noção de pecado é um excesso de controle para quem recebeu o direito de livre arbítrio.

É melhor fazer como o homem simples e de bom coração: eu faço o bem e não olho a quem. E basta. Tudo o mais é controle e não faz bem.


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publicado por joseadal às 20:40
Terça-feira, 18 de Janeiro de 2011

No evangelho de Tomé, o apóstolo racionalista que só acreditava quando via provas, está um ensinamento que o Espírito fez ele guardar entre os que mais lhe orientou na vida como cristão:

Jesus disse: "Se aqueles que vos guiam disserem, 'Olhem, o reino está no céu,' então, os pássaros do céu vos precederão, se vos disserem que está no mar, então, os peixes vos  precederão. Porque o reino está dentro de vós e também está em vosso exterior. Quando conseguirdes conhecer a vós mesmos, então, sereis conhecidos e compreendereis que sois filhos do Pai vivo. Mas, se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis essa pobreza."

Tanto o universo macro (vosso exterior) como o micro (dentro de vós) está interligado conforme as leis metafísicas. Se conhecermos que somos assim, que estão interligados em nós o corpo de matéria e o corpo espiritual e que ambos são formados da mesma energia que preenche tudo então seremos verdadeiramente vivos.

Jesus é o Salvador. Não creio que os muçulmanos chamem Maomé de Salvador ou os budistas chamem Buda de Salvador. De que nos salva Jesus? Da morte não pois todos somos espíritos. Da Segunda Morte, sim. Esta pode acabar com um espírito.


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publicado por joseadal às 20:51
Sábado, 15 de Janeiro de 2011

Cada brasileiro está se dando conta que nas serras do estado do Rio de Janeiro houve uma catástrofe sem precedentes, uma convulsão idêntica a um combate cruento numa guerra desigual.  João, o evangelista, preso numa ilha da Grécia, viu algo parecido e descreveu assim (uma tradução livre de Apocalipse 6:ll): Ouvi uma voz forte como o barulho de um trovão dizer: Venha! E vi um cavalo branco e seu cavaleiro tinha um arco e na cabeça uma coroa. E veio outro cavalo, vermelho, e seu cavaleiro recebeu o poder de conflagrar tudo. Seguiu um cavalo preto e seu cavaleiro tinha uma balança na mão e dizia: um quilo de trigo será difícil de encontrar e achá-lo custará o trabalho de um dia inteiro. Depois veio o cavalo amarelo montado pela Morte que recebeu o poder de tirar a vida por aguaceiros, enchente, deslizamento de encostas, fome e doenças.

Foi uma luta dos humanos contra forças devastadoras da Natureza, mas houve traidores. Sim, pessoas aproveitadoras ou desleixadas ajudaram os terríveis cavaleiros que surgiram das nuvens e desceram sobre os picos das serras. Funcionários públicos que receberam propina para aprovar construções em áreas de riscos, autoridades públicas descompromissadas que passavam todos os dias em frente às casas que se penduravam sobre o rio Preto e não ouviam os técnicos que avisavam: um dia este rio vai virar um cavalo selvagem e vai arrastar tudo.

João também viu os espíritos dos mortos clamando: Vi as almas dos que foram mortos e que gritavam: Senhor Todo-Poderoso, quando castigarás os que nos mataram? Um anjo respondeu: descansem mais um pouco porque mais irmãos humanos serão achados mortos como vocês foram; então as autoridades e os homens que enriqueceram com suas vidas dirão: Que os montes desmoronem sobre nós e as águas trazendo grandes rochas nos arrastem, pois Deus se fartou de nós.

Mas há os bons que se afligem com os vivos que ainda sofrem, como os que auxiliam na Cruz Vermelha e os que chegam à toda hora com donativos. Os bons ainda são em mais quantidade que os maus.

 



publicado por joseadal às 21:18
Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2011

O ônibus corre em meio a chuva que há horas encharca a terra e deixa o capinzal arriado com o peso de tanta água. Este é nosso planeta. Diferente de todos os corpos celestes que se formaram em volta do Sol aqui existe vida. Mas também tem a morte. Nascemos e vivemos dias ensolarados e alegres e manhãs e tardes carregados de chuva e sombra, dias tristes de se viver. Há sempre estes altos e baixos enquanto o tempo passa por nós levando nossa pouca vida. Então, num dia obscuro, tal e qual nos sentiremos naquele momento, vem a morte e extingue nossa existência. E nossa lembrança? Quanto tempo nossos descendentes vão se lembrar de nossas ações e de nossos traços? Hoje em dia a agitação é tão grande que mal nos colocam sob a terra úmida da chuva nos ouvidam. Bem como disse o garoto Tom no livro El Árbol das Brujas: -Caramba. Toda esta pobre gente!

Um grupo de meninos é levado para conhecer uma catacumba no méxico. Está em espanhol, dá pra ler. Só algumas palavras são bem diferentes das em português como "polvo" (pó) e "perros" (cães): "Una larga fila de momias, de pie contra los muros. Cincuenta momias contra el muro derecho, cincuenta momias contra el muro izquierdo y cuatro momias esperando en la obscuridad contra el muro del fondo. Ciento cuatro momias secas como polvo, más solitarias que ellos, más solas de lo que ellos pudieran sentirse jamás en la vida, aquí abandonadas, olvidadas, lejos de los ladridos de los perros y de las luciérnagas y de las dulces canciones de los hombres y las guitarras en la noche.

-Caramba -dijo Tom-. Toda esta pobre gente".


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publicado por joseadal às 11:38
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