As cruzadas sempre foram um tema apaixonante. Milhares de homens foram motivados a deixar suas casas na Europa e caminhar contornando o mar Mediterrâneo, ou navegando por ele, até Jerusalém. O impulso foi dado por uma mistura de razões: aventura por terras estranha, fé em que a cidade onde Jesus pregou devia ficar sob domínio dos cristãos, notícias trazidas por peregrinos e menestréis de ataques a cristãos que visitavam a cidade santa e, naturalmente, o sonho de alcançar riquezas e glórias. Por tudo isto estou lendo As Cruzadas, de .
Entre outras coisas boas li este pedaço que fala dos monges de Cister [ordem religiosa instigante sobre a qual qurero aprender mais] construindo um maquinário, com pedras e madeiras, para gerar energia que facilitasse o trabalho deles.
"Os monges e seus irmãos de fé colocaram no lugar uma enorme roda de moinho, com a ajuda de blocos e cordas e muitos animais de tração. Tinham empedrado o córrego, fazendo-o mais estreito e mais profundo, e conseguindo assim aumentar sua correnteza no lugar onde iria ser colocada a roda de moinho movida a água. A roda foi engenhosamente montada com mais de mil pedaços de carvalho e daria energia suficiente não apenas para o moinho de farinha, mas também para o martelo do ferreiro que em breve iria funcionar.
Um pouco mais à frente e embaixo existia um equipamento semelhante, porém menor. A roda era um pouco diferente, formada por uma longa série de caçambas que levantavam a água e a deslocavam para um canal cavado em troncos de carvalho, que seguia em queda para o lugar onde iriam ficar a igreja e as outras construções anexas do mosteiro. A corrente de água passaria pelos prédios e iria desaguar novamente no córrego. Tudo para que a água não congelasse no inverno e houvesse sempre água corrente, tanto na cozinha quanto nas retretes para excrementos".
É bom, constantemente, nos lembrarmos que o mundo não foi sempre assim e que muitas mudanças ainda ocorrerão. Há muito tempo a energia hidráulica é usada pelo homem. Hoje ela gera outra energia que pode ser usada não ali perto, mas muito longe levada pela rede de eletricidade. Resulta deste conhecimento duas coisas boas: não ficamos engessados em idéias retrógradas e nos deixamos guiar pela filosofia de que tudo evolui o tempo todo, inclusive o espírito que somos.