Terça-feira, 22 de Março de 2011

A multipicação do crédito começou depois que a política monetária internacional deixou de exigir que as moedas equivalessem a um pedaço de ouro e se baseassem puramente na fé de que quem deve vai pagar sua dívida. Aliás, foi a impossibilidade de honrar compromissos com a compra de imóveis que causou a perda em cascata de trilhões de dolares dos investidores na última crise econômica. O prof Nelson Victor Le Cocq diz no documento Seguros nos Mercados Finanaceiros:

"Como é sabido, todo o arcabouço das relações econômicas internacionais, definido a partir de Bretton Woods, teve como pedra angular a paridade do dólar norte-americano com o ouro, e a manutenção de taxas de câmbio estáveis entre as diferentes moedas nacionais e o dólar americano. Um dos fundamentos da credibilidade deste sistema era exatamente a conversibilidade, em proporções fixas, entre o dólar e uma determinada quantidade de ouro físico. No final da década de 1960, os bancos centrais dos principais países europeus estavam abarrotados de dólares. Começou a grassar um conjunto de inquietações acerca da real capacidade do Tesouro norte-americano em cumprir o compromisso de converter em ouro a quantia de moeda americana de posse de bancos centrais estrangeiros. No início da década de 1970, a França solicitou esta conversão, e recebeu a negativa do governo norte-americano. Isto foi em 1971. Dois anos após, a própria paridade do dólar com o ouro foi abandonada pelas autoridades norte-americanas e substituida por seguros em cada transação".

Estava lendo agora a pouco no livro Grupos Criativos sobre a capacidade do ser humano de transformar um objeto puramente material (como ouro ou uma vara) em objetos diferentes com o uso de algo intangível, uma idéia que acrescenta valor ao objeto (como os títulos securitários garatem o dinheiro ou um arco e flexas transforma uma vara em arma). Com certeza isto tem a ver com o terceiro mandamento do código geral dos 10 Mandamentos: "Não farás para ti imagem de escultura, nem te prostarás diante dela" (um objeto material), o que é um complemento ao primeiro: "Amarás ao Senhor teu Deus" (adorar puramente a uma idéia). Como se Deus incutisse na mente dos humanos a necessidade de se disvincular da matéria básica agregando ideías e invenções que enriquecesse suas vidas.

Do que se deduz que dinheiro na mão ou no banco está lastrado em uma idéia ou confiança. Então quanto mais rico mais cheio de fé é o homem. Conclusão estranha!



publicado por joseadal às 13:52
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