O paleontólogo Kurt Linder nos explica algo importante sobre os humanos que viveram há 25.000 anos: "Os métodos de caça ao mamute e ao rinoceronte lanudo do paleolítico superior são a expressão de uma nova época. A caçada ainda tem um sentido de sobrevivência, mas já não é puramente bestial como a dos homens mais antigos, adquire um aspecto novo, sobe a um nível superior, ganha técnica, instrumentos apropriados, organização de trabalho, enfim, se espiritualiza".
Mas não deixou de ser a primeira intervenção humana na seleção que a natureza sempre fez dos que podem continuar se modificando e aperfeiçoando e dos que não tem mais como se adaptar.
Leia mais este pedaço do livro O Homem em Todos os Tempos: "O gigantismo dos seres do quaternário como o tigre-de-dentes-de-sabre, a preguiça gigante, o mamute e outros animais continha em si qualquer coisa de perigoso evidenciando o fim de uma especialização. São as formas mais simples, menos diferenciadas que têm capacidades de desenvolvimento em múltiplas direções".
O mamute existiu na Terra por milênios adaptado ao clima muito frio das eras glaciares, mas mesmo tentando sobreviver ao aquecimento do planeta imigrando para perto do polo sucumbiu com a caça dizimadora do homem.
"Perseguidos pelo homem e obrigados a recuar para o norte em conseqüência dum clima mais ameno estavam condenados à extinção, como as espécies gigantes dos ursos, veados, preguiça e hiena. Não havia mais condições de viverem".
Dá em que pensar. No decorrer da vida vamos criando hábitos, endurecendo idéias que nos tornam fósseis vivos. O mundo vai mudando bem depressa a nossa volta e continuamos repetindo bordões gastos como o Dino: "Querida, cheguei!". Não podemos parar de mudar.