"Eu medi os céus,
agora, as sombras eu meço.
Ao firmamento viaja a mente, na terra descansa o corpo".
Estas foram as palavras que Johannes Kepler (1571-1630) escolheu como epitáfio. Vou escolher algumas
palavras para falar deste homem, mas nem cem livros poderiam descrever bem seus
sofrimentos físicos, sua dedicação profissional intransigente e sua fé na
soberania de Deus sobre o Universo que o fortalecia.
E o que ele fez na vida? Simplesmente, mostrou a humanidade o que é o céu
estrelado. Juntou tudo o que os astrônomos tinham aprendido desde Babilônia com o que
foi explicado por Ptolomeu e mais o que dois estudiosos do seu tempo (Nicolau Copérnico e Ticho Brahe)
haviam descoberto. E o que foi?
Primeiro,
é a Terra que como um globo gira em torno do Sol e não o contrário.
Segundo,
Marte, a Lua e os outros planetas não estão presos em esferas translúcidas, mas
soltos seguem seus caminhos pelos céus.
Terceiro,
o Sol tem um magnetismo que mantém todos os corpos em sua volta - Newton
chamou esta força da gravidade.
Quarto,
a geometria, a matemática com suas figuras e sólidos, pode explicar o
movimento, ao mesmo tempo solto e preso, dos corpos celestes.
Aí você diz:
- Ora, eu também sei isto tudo!
Então, sabidão, me diga:
Já meteu em tua cabeça que um pedacinho da tua pele, como uma lasquinha do teu
carro, são cadeias de átomos que são campos de energia? E compreende mesmo que
todo o esforço que despendemos para juntar coisas, na realidade estamos tentando segurar o vento?
Kepler,
sempre muito doente e sofrendo dores o tempo todo descobriu, se deu conta, que
antes entendia tudo errado, não existe "firmamento" - aprendeu o
certo e mudou seu jeito de olhar o céu - é um Cosmo. Pelo que sofreu no corpo e
pelo tanto que nos legou será que Deus, que tanto amou, concedue-lhe que já não
havia mais necessidade de voltar a este planeta de expiação e está aprendo mais
e ajudando seres em um plano mais elevado?
Então,
você que foi Kepler, onde esteja, estás medindo luz e não sombras.