Sábado, 31 de Março de 2012

O escritor Whitley Strieber, autor do livro O Dia da Guerra, que ainda não li, em Comunhão esmiúça uma experiência com seres não humanos que
chama de “visitantes”:

“Eu os vi bem de perto, e se o que vi eram seres reais, então o mais impressionante a respeito deles é que pareciam se movimentar coreograficamente, como se cada ação fosse decidida em outro lugar e não fosse decidida pelo próprio indivíduo. Tenho o pensamento de que eles possam fazer parte de uma imensa colmeia”.

- Zé, primeiro: não creio que exista ET.

Whitley também evita a expressão seres extraterrestres: “Não há motivos para acreditar que fossem criaturas de outros planetas. Talvez estejamos recebendo visita de outra dimensão, ou mesmo de outro tempo. Comecei a especular se os “visitantes” fossem daqui mesmo. Penso que os contos de infantis com seus duendes e fadas indiquem que algo tem estado conosco há muito tempo”.

Ele os designa como “visitantes”. Foi aí que me lembrei do que li com Lili em outro livro, na Bíblia: “Era a hora mais quente do dia e Abraão estava sentada a entrada da sua tenda. Quando ergueu a vista viu três homens de pé na sua frente”.

Ele fala mais sobre os “visitantes”: “Lembro de como pareciam autômatos e com movimentos semelhantes aos insetos. Eram cuidadosos em
me manter sempre sobre controle. Se eu estiver certo a razão de se manterem sempre se escondendo é o medo, temor de nossa capacidade de agir independentemente. Eles pensam de maneira lenta, talvez o ser humano, autônomo e de raciocínio rápido represente uma ameaça seria”.

De novo penso na descrição dos anjos, na Bíblia. A própria palavra anjo significa “mensageiro”. Eles não têm liberdade para dizer o que pensam, mudar de opinião ou atender um apelo humano emocional . São “enviados”, não pensam por si mesmos. Whitley diz: “Meu pensamento é de que eles possam ser uma única mente com milhões de corpos, um tipo de colmeia”.

É este então nossa grande vantagem, ter liberdade de pensar e fazer (e arcar com as consequências) o que bem quisermos. Por isto é preciso
evitar que a mídia, o pensamento político dominante, o capitalismo e a globalização nos tornem apenas parte de uma imensa colmeia.

Proteja seu modo de pensar.     



publicado por joseadal às 20:41
Sexta-feira, 30 de Março de 2012

Todo ano participo do concurso de arte de um banco, o Talento da Maturidade. Ainda não fui premiado, mas participo sem esmorecer. Ano passado tentei escrever sobre um casal que passa pela dor da viuvez. No bairro onde moro, a Vila Santa Cecília, tem muitos idosos e tenho vários vizinhos que passaram por isso. Quando os encontrava levantava lembranças e eles contavam o que sentiram e pelo que ainda passavam. As mulheres, na maioria, falavam do alívio por terminarem lutas cansativas contra doenças prolongadas dos cônjuges. Os homens dividiam-se. Um quando nos encontrávamos eu cumprimentava: Como vai Mauro? Ah, seu Zé, está difícil. A maior parte fechou aquela porta e continuou a vida. Quase tipo: antes ela do que eu.

Terminei o livro O Morro dos Ventos Uivantes e li um caso raro atualmente: a dor que não passa.

 “- Que é que não provoca a lembrança dela? Não posso lançar o olhar para esse chão sem que veja nele suas feições desenhadas! Em cada nuvem e árvore, por passageiros instantes, em cada objeto vivo, me vejo cercado pela sua imagem! Nos rostos mais comuns de homens ou mulheres, no meu próprio, vejo semelhanças com o dela. O mundo inteiro me recorda que ela viveu e que eu a perdi. Esse amor inesquecível vence meus furiosos esforços para conservar minha sanidade, mas só vejo aumentar em mim a degradação e a angústia.

- Não tem medo da morte?

- Não. Por que haveria eu de experimentar tal sentimento com minha constituição forte e meu gênero de vida sóbrio? Provavelmente ficarei sobre esta terra por muito tempo. Contudo não posso continuar a viver dessa forma”.

Bem, esse livro foi escrito por volta de 1840, uma época em que as pessoas não estavam sendo empurradas por uma multidão de gente e do que fazer e logo esquecem o ente querido.

 

Entre tantos só o Alípio me contou que a lembrança de Terezinha era tão forte que nas noites solitárias ela vinha conversar com ele. Mas o velho amigo não durou muito e acompanhou sua querida companheira em uns poucos meses.


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publicado por joseadal às 22:52
Sexta-feira, 30 de Março de 2012

Declaram os espíritos, seres em outro plano, que a enorme perda que nos está afetando é a incapacidade de pensar por si mesmo. Estou lendo um ensaio da historiadora e filósofa Hannah Arendt (em espanhol) em que ela fala deste prejuizo para o ser:

"El primero que ha hablado del pensamiento como pathos, como algo que afecta a alguien ha sido Platón, que llama asombro al principio de la Filosofía".

 

O pensar "afeta", tem a capacidade de mudar o caminho por onde estamos indo e de nos levar a um nível mais elevado. O gatilho que dispara ou nos faz pensar é o "assombro".

"Heidegger habla una vez, en el mismo sentido que Platón, de la ‘capacidad de asombrarse ante lo sencillo’, pero añade algo diferente de lo que dice Platón, ‘y tomar este asombro como posición’”.

Para extranhar algo precisa-se estar atento ao que se passa em nossa volta. Temos de estar com nosso capacidade de crítica ligada. Não podemos engolir tudo ‘numa boa’. Quando algo ‘fere dentro de nós uma corda aguda’, destoa do que aprendemos de ética dos antigos, extranhamos e isso nos faz pensar. Refletimos, paramos com a correría e meditamos. Aí, o pensar nos faz tomar uma posição, um nível sempre mais elevado. Anna diz assim:

“Pues, quizá muchos hombres conocen el pensamiento y el carácter solitario que va unido a éste, pero, sin duda, no tienen en él su posición, y cuando les afecta el asombro ante lo sencillo, cuando, cediendo a este asombro, se aventuran en el pensamiento, saben que están desarraigados de su situación propia en el fluir de las ocupaciones y quehaceres en que se llevan a cabo los asuntos humanos, y que después de un corto tiempos son devueltos a dicha situación”.

Temo pelos jovens. Os adultos que agora só sabem dizer “não tenho tempo” para si, para cuidar de sua evolução espiritual e ficam estagnados na mesma posição, não ensinam ética nem principios firmes aos seus filhos. Então, “esses moços, pobres moços”, na expressão do poeta, não tem a capacidade de se asombrar com o que veem e ouvem, então como pararão para pensar? Como poderão mudar para uma posição mais alta.

Mude sua vida, meu irmão. Nem eu nem você precisa ser uma pessoa sem tempo.



publicado por joseadal às 00:21
Terça-feira, 27 de Março de 2012

Não li o livro A Guerra Secreta da professora Nancy Sherman, mas li um comentário. A guerra da qual ela fala é a que está “dentro dos corações e mentes dos soldados dos EUA”. Ela diz que “a incidência de distúrbios pós-traumáticos entre os veteranos da invasão do Iraque e do Afeganistão é de 20% enquanto a da sociedade oscila entre 7 e 8%. A resistência dos soldados em procurar ajuda é um entrave à descoberta precoce de perturbações que resultam em excesso de agressividade”.

Mas no livro O Mapa da Alma, conforme Jung descobriu e ensinou, nos dá uma compreensão do acontece em tantos casos de violência absurda. Falando do vasto Cosmo que é a mente ele disse: “A psique existe no espaço entre o corpo e a alma, entre matéria e espírito. Na proximidade da consciência [do corpo] acham-se os instintos e na outra extremidade predominam os arquétipos. Há uma espécie de vaivém entre a partie inférieure e a supérieure entre o polo instintivo e o espiritual, dos arquétipos. A consciência tomada de pânico luta contra constante ameaça de ser tragada pelo primitivismo dos instintos e a possessão completa por forças espirituais”.

Nós, o ser encarnado, com sua pequena biblioteca de informações, para se manter equilibrado, evitando os extremos, precisa estar muito focado, vigilante e livre de drogas e álcool que enfraquecem as defesas. Carl Jung disse mais: “Quando bem coordenado, o consciente se aproveita dos arquétipos que fornecem forma e significado aos instintos brutos, e esses fornecem a energia que ajuda a realizar às imagens e anseios, a meta espiritual para a qual tende a natureza inteira do homem. É o mar em direção ao qual todos os rios percorrem, por acidentados caminhos, para alcançar. É o prêmio do herói que vence a luta contra o dragão”. [na foto o amigo Gláucio não sabe se pedala ou se pesca, dúvida cruel]

E neste amplo campo de batalha nosso pequeno consciente ainda tem de se haver com os complexos, emaranhados de situações com culpas e talentos que foram de outras personalidades, que mal controlados também podem tomar o leme e nos afastar do rumo da feliz eternidade. A violência que toda hora vemos no noticiário foi muito comum nos tempos bárbaros dos humanos que viviam mais pelos instintos. Agora que avançamos tanto e que nosso consciente pode trabalhar com a parte mais elevada da psique, as drogas, a bebida e o estresse da busca por cada vez mais benefícios materiais tornam a trazer tanta gente a barbárie. Deus nos livre de todo mal.



publicado por joseadal às 22:08
Sábado, 24 de Março de 2012

Uma ciencia muito, muito especial é a antropología. Estudiosos dedicados, como Lévi-Strauss e Margareth Mead conviveram com povos indígenas da América do Sul e da África, aborígenas da Austrália e Nova Zelândia e os esquimós do polo norte. Muitos outros se dedicaram as mitologías e culturas de todos os povos. Estas buscas esclarecem desde os signos dos nossos sonhos, o porque amamos ou odiamos algo e até como viviam nossos antepassados distantes.

A autora Jean M Auel usou livros, informações de doutores no assunto e objetos de museus de muitos países para escrever cinco libros sobre uma mulher que viveu há 30 mil anos. Lendo este trecho (está em espanhol) refleti sobre a oração, o que pedirmos e o que não. Ela pede por seu companheiro. Era um tempo onde não havia santos e os deuses mal começavam a ser criados por nós. Ela fala de tótem, misto de orixa e animal:  

     “Sus pensamientos volvieron al antiguo lenguaje silencioso que sólo se formulaba con las manos, el adecuado para hablar con el mundo
espiritual.

     –Espíritu del Gran León Cavernario: ese hombre elegido no sabe de totems. No sabe de pruebas, no conoce los rigores de un tótem poderoso, ni
los dones y el aprendizaje. Incluso a esta mujer, que sabe, le han resultado difíciles. Esta mujer ruega al Espíritu del León Cavernario... suplica que este
hombre...

     Ayla se interrumpió. No estaba segura de lo que deseaba pedir. No quería solicitar al Espíritu que no pusiera aprueba a Jondalar, pues de ese
modo perdería los beneficios que tales pruebas siempre brindaban; ni siquiera pedía que fuera blando con él. Después que ella misma, tras sufrir tan duros rigores, adquiriera habilidades y comprensiones inusitadas, había llegado a creer que los beneficios obtenidos guardaban estrecha relación con la severidad de la prueba. Ordenó sus ideas y continuó:

            –Esta mujer suplica al Espíritu del Gran León Cavernario que ayude al hombre elegido a conocer el valor de su poderoso tótem, a saber que, por difícil que pueda parecerle, la prueba es necesaria.

     Por fin terminó y dejó caer las manos”.

Assim, desde tempos imemoriais o ser humano aprendeu a valorizar, suportar e tirar proveito das provações, que são a razão de ser desta vida. Há controvérsias.


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publicado por joseadal às 00:34
Sexta-feira, 23 de Março de 2012

O livro Comunhão analisa a hipótese de que o ser humano (nós) é vigiado o tempo todo: “Por eu ter me mudado para uma área isolada julgava
estar livre da vigilância, mas eles me acharam. Isto eu poderia aceitar, porém a noção de que eles estivessem monitorando toda minha vida me apavorava”.

Faz parte de nossa cultura religiosa católica a ideia de que os olhos de Deus estão o tempo todo sobre nós. "Porque os olhos de Deus estão sobre os caminhos de cada um, e ele vê todos os seus passos."(Jó 34:21)

O autor, Whitley Strieber, passou por acontecimentos estranhos em sua casa de campo. Em sessões de hipnose ele lembrou do que aconteceu e diz: “Eu podia realmente sentir a presença da outra pessoa dentro de mim – que era tão perturbadora quanto curiosamente sensual. Os olhos dele parecem ‘ilimitados’ e penetram até a alma. Para uma inteligência de poder suficientemente grande nós somos tão óbvios quanto os animais o são para nós e nos sentimos ante eles tão expostos quanto alguns cachorros quando o olhamos fixamente dentro dos olhos. Não senti que eles estivessem simplesmente me estudando. Em absoluto. Mas sinto que a consciência de que eles me observam me modificou”.

 

Há os que preferem achar tanto o olhar onisciente quanto o dos visitantes de outros mundos uma tolice: “Ficou evidente para mim a relutância da maioria dos meus amigos de formação científica e acadêmica em aceitar minha experiência. Isso acontece porque a ideia de visitantes intelectual e tecnologicamente avançados que escondem de nós o seu conhecimento é ameaçadora. Sugere que há algo ignóbil vigiando a humanidade ou mesmo de que somos prisioneiros em nosso planeta. Essas suposições são horríveis. Eu preferiria um universo vazio a com gente que nos encare com desdém ou com olímpica indiferença”.     

E ainda tem um olhar que não nos deixa livres nunca, nossa consciencia. Esse você percebe, não é?



publicado por joseadal às 01:26
Quinta-feira, 22 de Março de 2012

Estou relendo um livro formidável e apreendendo coisas que me escaparam na primeira leitura. Comunhão é uma descriçao literária de uma experiencia do autor,  Whitley Strieber. Submetendo-se  a hipnose ele vê a morte do pai, a qual nao assistiu. Enquanto ele arfa a esposa assisti impassível. A transcrição da gravaçao deste momento revela:
"Oh, ela nao o ajuda! Meu pai morrendo e ela parada lá, olhando-o. Papai, eu nunca chequei a te conhecer direito!"

Entao começa a análise:
" - Fez sentido para você?

- Sim, mas não foi como ela me contou!

- Sua mãe se preocupava com seu pai?

- Eles viveram juntos quase 50 anos...sim, ela se preocupava.

Espere, acho que não vi o que aconteceu, mas sim meu temor do que pudesse ter sucedido. Ele era de uma geração muito reticente, meu pai era distante. Eu nunca fui muito próximo dele. Mas por que pensei nisto agora?

- Voce veio pedir ajuda porque não estava bem. Sabia que seus segrerdos mais íntimos estavam aflorando. Se eu tivesse perguntado qual teu segredo mais íntimo, você nao teria lembrado esse?

- Sim. A palavra consciencia sempre significou para mim reconhecimento por todo sacrifício alheio necessário ao meu desenvolvimento pessoal. Acho
que mesmo sem perceber eu me culpo pela falta de intimidade com meu pai a quem devia tanto. Deixei-o envelhecer e morrer sem meu conforto e apoio (choro sentido).

- Lembre-se de uma coisa, o natural é "deixará o homem seu pai e sua mãe e se juntará a sua mulher. Anule esta culpa.

- Ocorre-me que esta imagem tenha aflorado também para testar minha reaçao, para ver que tipo de pessoa eu sou. Aprendi muita coisas nesta sessão.

- Não fiz nenhum teste consigo.

- Não estou pensando que foi o doutor, não. Ocorreu-me que foi ação de um potencial altamente terapeutico escondido dentro de nossa própria mente".

Observe que numa terapia o médico diz pouco e o paciente vai encontrando as razões de seus sofrimentos.

Como nos lembra a Bíblia, o manual do bom viver: "Ande pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas essas coisas Deus te pedirá em conta". Nada se perda do que vivemos e fazemos. Nossa mente retém tudo e transforma as lembranças em bençãos ou castigos. Não é mole, não. 


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publicado por joseadal às 09:49
Domingo, 18 de Março de 2012

Um dos princípios herméticos - conhecimentos antigos estudados pelos sábios do Egito, mas desenvolvidos pelos humanos desde a aurora dos
tempos -, diz: “Todo tem fluxo e refluxo, tudo que sobe desce, tudo se manifesta por ritmos de oscilações compensadas”.

Nós, os que vivemos nesta era pós-moderna, nos cercamos de garantias que compensem o ritmo do movimento inexorável do universo: para
frente e para trás, para cima e para baixo. Tudo que existe no cosmo material segue esta lei estudada pelos físicos, o movimento pendular. A maré que enche e a vazante dependem de forças pendulares. Este é outro princípio hermético: a força da polaridade. Ação e reação. Quando você puxa algo para si, o está afastando de outrem. O livro Hermes, diz: “A polaridade existe nos mundos e nos átomos, tanto nos humanos quanto nos animais, na matéria e nas energias. Esta lei se manifesta na formação e destruição de uma estrela e seu sistema, na elevação e destruição de uma nação, e nos estados mentais”. Neste último caso a polaridade é bem percebida nos maníacos depressivos, ou depressão bipolar.

[esses belos copos lilases enfeitam a margem da estrada para Angra dos Reis na altura de Rio Claro]

Nos estudos herméticos se aprende a usar a Lei da Neutralização. Ninguém consegue impedir a oscilação rítmica pendular, mas pode controla-la para que os polos não nos arrastem até os extremos, nos levando do céu ao inferno. Instituições políticas como as Nações Unidas, financeiras como as
corporações securitárias e humanistas como aqueles que atingiram um grau de domínio próprio, ajudam as massas populares a não ser arrastadas para adiante e para trás perdendo energia, bens e conhecimentos duramente conquistados.

O grande segredo hermético nos foi ensinado pelo mestre Jesus e registrado pelo cristão Mateus (7:12): "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lo também vós, porque esta é a lei dos profetas".   



publicado por joseadal às 19:33
Sexta-feira, 16 de Março de 2012

Para quem se acha normal o proceder de quem está com um paroxismo, dominada por um complexo mental, parece ser uma teimosia, uma coisa pensada para nos causar aborrecimento. Li no O Globo, na sessão Qual é o seu Problema, que “levantamento recente na Unifesp revelou que 28% da população do país sofre ou já sofreu de depressão”. Então, um psiquiatra diz: “Cabe ressaltar que a depressão não é fraqueza de caráter, manha ou preguiça, é uma doença que precisa de tratamento médico adequado”.

Lendo o livro O Morro dos Ventos Uivantes, pela segunda vez, cheguei na parte em que a personagem Catarina faz um pedido a sua acompanhante, a narradora da história:

“- É preciso que faças ver ao meu marido do perigo que é abandonar o cuidado com meu gênio apaixonado, lembra-lo que sou passível de me
arrebatar até a fúria quando sou contrariada.

Mas eu pensava que uma pessoa capaz de planejar o comportamento do marido ante um aceso de fúria poderia bem dominar-se suficientemente. Decidi não a ouvir nem ‘fazer medo’ a seu marido. Passei por ele dirigindo-se ao quarto, nada falei, mas fiquei para ouvir.

- Fique onde está, Catarina. Não vim para discutir nem para fazer as pazes. Exijo terminantemente...

- E eu exijo que me deixes só!

Tocou a campainha a ponto de rebentar a corda. Entrei rapidamente e ali estava ela batendo com a cabeça no braço do sofá. Dentro de
poucos segundos ela se estirou rígida, de olhos revoltos, enquanto as faces descoloridas tomavam um aspecto de morte”.

Num  mundo cada vez mais veloz e menos humano é bom prestarmos atenção ao que nossa psique passa para nosso corpo, e ficar atentos ao que acontece com nosso próximo, ouvindo seus apelos ao invés de ignora-los.



publicado por joseadal às 02:30
Terça-feira, 13 de Março de 2012

“Por que ler um romance de Adam Thirlwell inteirinho só por causa de um conto de Antonia Pellegrino quem meu filho achou num livro escolar?”

Li, um dia desses, esta pergunta numa crônica de Caetano Veloso. Isto também me acontece. Estou lendo um livro que lá pelas tantas menciona a obra de outro autor. Anoto o nome e entro na internet para baixa-lo ou outro do mesmo escritor. É como se quisesse entender como pensa o primeiro,
que livros moldaram seu caráter. É como se não bastasse ser eu mesmo nesta vida, quero vivenciar um pouquinho de cada um que atravessa meu caminho.

Então, Caetano diz: “Às vezes me parece que quando a gente vai ficando velho deve deixar de ler tantos livros, a memória e a concentração
já não são as mesmas”. Tenho que discordar do poeta. Completei um curso com 29 matérias idealizado para ser feito em um ano. Mas tinha uma prova com diploma em dois meses e meio. Coloquei toda minha concentração nas 29 apostilas de mais de 100 páginas cada e tanto entendi quanto memorizei 75% das informações. Achei-me bem melhor do que o adolescente de 14 anos que fui, que sentava na varanda da frente da casa de seus pais com o livro na mão e ficava divagando.

O grande baiano diz duas coisas, uma que concordo e outra que não: “Os filmes, romances, poemas e ensaios de agora já não calam tão fundo
na alma de um sexagenário como na de um adolescente. Mesmo as canções têm considerável menos pregnância [o que produz forte impressão ao espírito] para um ancião do que para um menino. Mas como sou um velhinho transviado não me furto a ler e ouvir lançamentos”. Concordo. Tenho certeza que os ‘belos’ versos do Télo: "Nossa, nossa, assim você me mata, ai seu eu te pego, ai, ai se teu te pego". Não me tocam tanto quanto
lembrar Ataulfo cantando: "Laranja madura, na beira da estrada, tá bichada, Zé, ou tem marimbondo no pé".

A outra de Caetano eu discordo: “Ler e ver tanta coisa só pode sobrecarregar meu HD”. O meu ainda tem bastante espaço. E o seu cérebro,
quantos HD você está usando?



publicado por joseadal às 11:05
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