Sexta-feira, 16 de Novembro de 2012

“O Ser bem-aventurado e imortal não tem incômodos nem os produz aos outros, nem é possuído de iras ou de benevolências, pois é no fraco que se encontra qualquer coisa de natureza semelhante”.

Estou lendo Antologia de Epicuro e não gosto deste gênero de literatura  -  são citações fora do contexto dos livros. Mas este grego foi um admirável professor. Comprou uma casa com um jardim espaçoso e ali estava sempre a disposição de seus discípulos que lhe pagavam mais para orientar seus pensamentos do que lhes dar aulas. Não havia horários rígidos, seus alunos chegavam a hora que quisessem, pela manhã, à tarde e até a noite. Epicuro dividia o estudo da filosofia em três áreas: Canônica ou o estudo da gramática e da lógica , Física ou estudo das leis que regem a matéria e Moral ou a maneira ética de se viver. (busto desencavado das ruinas da cidade de Pompéia)

Era o terceiro século antes de Cristo, em Atenas, quando a época dos grandes filósofos havia passado. O historiador A. Croiset, na sua História da Literatura Grega, ensina: “O povo perdeu todas as virtudes que tinha herdado do passado. O bem-estar material e o conforto, eis o que a multidão se pôs a procurar. Todos os nobres instintos se foram enfraquecendo de dia para dia”.  Mas nesse século Epicuro formou caráteres e fez uma escola de pensamento que durou até o segundo século depois de Cristo.

Em Física veja o que ele antecipou: “Os átomos têm uma inconcebível variedade de formas, pois que não poderiam nascer tantas variedades se as suas formas fossem limitadas. E, para cada forma, são absolutamente infinitos os semelhantes, ao passo que as variedades não são absolutamente infinitas, mas simplesmente inconcebíveis. E deve supor-se que os átomos possuem forma, peso, grandeza e todas as outras que são necessariamente intrínsecas à forma”.

“Há também mundos infinitos, ou semelhantes a este ou diferentes. Com efeito, sendo os átomos infinitos em número, como já se demonstrou, são levados aos espaços mais distantes. Realmente, tais átomos, dos quais pode surgir ou formar-se um mundo, não se esgotam nem em um nem num número limitado de mundos, quer sejam semelhantes quer sejam diversos destes. Por isso nada impede a infinidade dos mundos”.

Sobre a Ética: “Nem a posse das riquezas nem a abundância das coisas nem a obtenção de cargos ou o poder produzem a felicidade e a bem-aventurança; produzem-na a ausência de dores, a moderação nos afetos e a disposição de espírito que se mantenha nos limites impostos pela natureza. Quando dizemos, então, que o prazer é fim, não queremos referir-nos aos prazeres dos intemperantes ou aos produzidos pela sensualidade, como creem certos ignorantes, que se encontram em desacordo conosco ou não nos compreendem, mas ao prazer de nos acharmos livres de sofrimentos do corpo e de perturbações da alma”.

Sempre houve, graças a Deus, aqueles que nos ajudaram a ver o jeito certo e viver e entender o mundo.


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publicado por joseadal às 22:28
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