Domingo, 29 de Setembro de 2013

Longe de mim tornar-me, nesta altura do campeonato, um consultor sentimental. Mas tenho cinco filhos e em igual número genros e noras e sete netos (um já está vindo por aí). Então, às vezes sou chamado a ouvir e, se quiserem, aconselhar. Assim, foi que um genro me escreveu: "Nestes dias em que ela está nervosa tudo fica muito complicado. Este é um problema que tem que ser visto, pois afeta a todos nós". Minha resposta pra ele pode servir pra você também.

O que posso te dizer? Ter paciência é o conselho óbvio. Mas esta qualidade é uma entre várias que vem num pacote. Tenho falado no meu blog que estou lendo A Cabana, em que Deus, diz (p.91): "Entenda o seguinte, para que ame alguém é preciso que este relacionamento já exista dentro de mim. Sem isso seria incapaz de amar, ou pior, sofreria com a limitação de sua natureza. E sem amor a convivência seria um desastre. Eu certamente não sou desse tipo".
- Ora, tudo isso estamos carecas (pelo menos você) de saber! 
Tudo não, tem aquele pedaço ali: "é preciso que este relacionamento já exista dentro de mim". O que quer dizer isso? Ele mesmo responde: "O amor deve ser um relacionamento antigo. Você já existia dentro de mim muito antes de nascer". 
- Isso é muito intelectual, não resolve meu problema.
Para fazer frente às forças emocionais só um convencimento racional bem profundo. Mas vamos ao prático. Lili é de opinião que num relacionamento todos os dois tem culpas e acertos. Voltando ao intelectual: a ação de alguém é sempre uma reação a algo anterior, ad infinitum. Então, voltamos ao que foi dito antes: é preciso ter paciência. Ou citando as Escrituras: "Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: 'Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?' Jesus respondeu: 'Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete'". Aceitando que Jesus não foi só um rabi, mas foi Deus Conosco, esse é um princípio universal e que sempre dará certo.
- É, faz sentido. Mas será que eu vou conseguir?
Espere um pouco, ficou um trechinho sem uma boa atenção: "Sem amor, sofreria com a limitação de sua natureza". Ela tem limitações e você também, com amor dá pra levar, sem ele é um sofrimento sem fim. Só me resta rezar por vocês.  

 



publicado por joseadal às 16:48
Sábado, 28 de Setembro de 2013

Um homem sofre uma perda terrível e conversa com Deus, este é o enredo de A Cabana, de William Young. Neste trecho (p.89), Ele fala de Jesus:

“- Quando penetramos na existência humana sob a forma de Filho de Deus, nós nos tornamos totalmente humanos. Como um pássaro que não pode voar. Ele não deixa de ser pássaro, mas isso altera significativamente sua experiência humana. Ainda que por natureza Jesus seja totalmente Deus, ele é totalmente humano. Por isso seu nome profético, Emanuel: Deus conosco.

- E quando ele curava cegos e aleijados?

- Jesus foi o primeiro homem a acreditar no meu amor e na minha bondade, sem considerar as consequências. Repousando em seu relacionamento comigo e em nossa comunhão, ele se tornava capaz de expressar minha vontade em qualquer circunstância.

- Então, o que nos falta é...

- Amor e relacionamento. O amor não é limitação, é o próprio voo. Eu sou o amor”.

Isto quer dizer que eu posso curar alguém e produzir coisas maravilhosas, bastando estar em um íntimo relacionamento com Deus. Então, para ser um super-homem só me falta amar sem limitações? Como avançar até conseguir isso?



publicado por joseadal às 19:20
Sexta-feira, 27 de Setembro de 2013

A Alquimia foi elaborada nos primórdios da humanidade, por um sacerdote egípcio chamado Hermes Trismegisto, três vezes mestre. A palavra árabe veio do grego Khymeía, que significa mistura perfeita, sumo. Jung explicou: “É uma ciência segunda a qual tudo no mundo obedece as mesmas leis e tudo na natureza tem uma energia. Esta arte régia ensina que a vida adulterada na Terra perdeu sua pureza depois da queda de Adão e precisa de purificação, redenção. Trata-se, portanto, de participar da obra do Demiurgo, do Criador, ajudando o planeta a alcançar a integração em Deus. Professa, a Alquimia, a crença de que para realizar esta grande obra de regeneração da matéria, o homem deve procurar a perfeição de sua alma. A procura da pedra filosofal representa a busca da energia contida na matéria e a capacidade de transformá-la no que se quiser, no ouro, de preferência. Mas como concluía Hermes: o meu ouro não é o ouro deste mundo”.

Coisa muito séria é que o símbolo desta doutrina é o mercúrio, um metal masculino-feminino. Feminino por ser branco e líquido e masculino por ser seco e difícil de ser contido. Como diz o livro Mitologia Grega (volume II, p.200): “Esse hermafroditismo provém exatamente do fato de simbolizar a união dos contrários. Desse complexio oppositorum sairá a pedra construída com energia. Já ensinavam que todos os metais eram frutos dessa união, com graus diferentes de maturação e que se precisava encontrar a matéria-prima, a matéria original. Para descobri-la o ser humano terá de submeter a matéria a três ações: pressões, desintegração e fusão. Esse opus Magnum, a grande operação, a transmutação, predizia o drama místico que o próprio Deus passaria: paixão, morte e ressurreição”.



publicado por joseadal às 12:35
Quinta-feira, 26 de Setembro de 2013

“Á noite a sua escrivaninha se encontrava repleta de papéis, enquanto sua alma ansiava pela frescura da natureza e da solidão”. Esta reflexão aparece quase no fim (p.304) do livro As Sandálias do Pescador e tem a ver com liberdade.

Liberdade! Esta palavra remete à imagem de um pássaro voando. Poder ir para onde se quiser, poder estar em qualquer lugar, em qualquer tempo. Numa homenagem que recebi dos colegas, um banner enorme, a foto que mais me descreve é essa.

Estou bem no fundo da baia de Guanabara, recanto cercado de manguezais, com o recorte denteado da serra dos Órgãos lá do outro lado da baia. Fui parar ali, na companhia de um dos meus filhos, numa saída sem muito planejamento. A liberdade de ir e vir que todo ser humano precisa.

Mas acabo de ler um pedaço do livro A Cabana que nos alerta sobre as limitações da vida (p.85). Um homem cheio de dúvidas conversa com Deus:

“-Você sabia que eu viria?

- Claro que sabia.

- Então eu não estava livre para deixar de vir aqui?

- Não gosto que minhas companhias sejam prisioneiros. Quem está comigo é livre para se ir. Mas será que liberdade significa que você pode fazer qualquer coisa? Muitas coisas limitam a liberdade: a herança genética, seu próprio DNA, seu metabolismo corporal, doenças de sua alma, hábitos que criam caminhos sinápticos no seu cérebro e até questões quânticas [das energias que formam nosso corpo]. Todas são circunstâncias que o inibem e o amarram”.

Deus, que projetou o ser humano e acompanhou nosso desenvolvimento desde muito tempo, nos conhece bem e sabe que para se ter liberdade é preciso que se queira muito e se tenha coragem para sair do ninho seguro que se constrói em nossa volta. Mas vale as pena correr os riscos para escapar do sempre igual e ver o que há lá fora.     



publicado por joseadal às 11:30
Quarta-feira, 25 de Setembro de 2013

Depois que estudamos hoje, pedi a Lili para tocar um CD de músicas italianas que ela, e eu, gostamos muito. A faixa que combinava com o que estudamos hoje é Io Che Amo Solo Te, com Sérgio Endrigo.

No livro A Prática do Amor a Jesus Cristo, S. Afonso de Ligório ensina que o amor a Jesus não nos deixa invejar: “A inveja é uma cobiça que nos entristece por olhar os bens do mundo possuídos pelos outros”. Então ele cita um trecho do livro Cântico dos Cânticos (4:9).

Antes, uma palavra. Este livro foi escrito 1 mil anos a.C e numa língua que sofreu várias modificações. Com o passar dos séculos foi traduzido incontáveis vezes e estas versões variam. São diferentes por causa do conhecimento que se tinha de uma palavra em uma época e que depois se passou a entender diversamente. Assim, na Bíblia que temos em casa essa passagem reza: “Tu me fazes delirar, minha irmã, minha esposa, tu me fazes delirar com um só dos teus olhares”. Mas na Bíblia que o santo usava, em 1768, o texto dizia: “Feristes meu coração, minha querida esposa, feristes o meu coração por olhares somente para mim”. Então, ele comenta: “Os homens olham para muitas coisas com o fim de: agradar os outros, conquistar honras, adquirir riquezas e contentar a si mesmos. Mas os santos tem olhos só para Deus. Como diz o Salmo (72:25): ‘Afora vós, o que há para mim’”.

Isto é o verdadeiro monoteísmo, quer dizer, a real adoração: só a Deus e nada mais adoramos.

É o que diz a canção italiana da Lili:

C'è gente che ama mille cose

E si perde per le strade del mondo

Io che amo solo te

Você pode escutá-la agora http://www.youtube.com/watch?v=qHp8tObcI_U



publicado por joseadal às 04:04
Terça-feira, 24 de Setembro de 2013

Carta a minha filha, Marcia Morelli:

Meu maior amigo jamais abracei. Na realidade imaginei uma outra maneira de começar essa mensagem. Pensei em começar, assim: Não pretendo te dar conselho neste dia de seu aniversário, por que a vida ensina melhor do que a gente falando. Mas comecei a ler o livro A Cabana e o que está escrito ali mudou meu foco do que quero te dizer. Estava na cama, lendo algo bom para terminar bem o dia e depois de ter visto no JN a destruição que um ciclone causou em Itaquaquecetuba, interior de SP. Na p.17 li isto: “Há algo agradável nas tempestades que interrompem a rotina. Elas nos libertam subitamente das exigências e da tirania dos compromissos e horários. Quase podemos ouvir um suspiro de alívio onde a natureza interveio para dar uma folga aos exaustos seres humanos. Todos os afetados pela tempestade ficam, de repente, unidos e com o coração mais leve”. Deitei o livro sobre a barriga e pensei no ciclone e nas pessoas agitadas dando entrevistas. Mas relembrando as cenas, percebi que mesmo quem perdeu quase tudo tinha um ar descontraído, como se o fenômeno da natureza os tivesse afastado de um cotidiano muito cansativo.

Mas porque precisamos de um ato dramático para ter uma vida menos tensa e carregada de obrigações? Então voltei ao que tinha planejado te falar anteriormente. O conselho é: Minha filha, pare e olhe a tua volta e procure o que é mais importante em tua vida. No início falei de um amigo, um enorme amigo, mas que na vida corrida, querendo uma porção de coisas ao mesmo tempo, criando sem muita atenção a você e seu irmão, deixando sua mãe tantas vezes só, nem percebi quanto devo a ele. O cara me deu de presente seu bem mais precioso, um presente que só tem feito minha vida melhor. E nunca pousei minhas mãos em seus ombros magros e olhando seus olhos naquele rosto barbado disse: Muito obrigado pela filha maravilhosa que você me deu.      



publicado por joseadal às 21:17
Terça-feira, 17 de Setembro de 2013

“Uma investigação científica é uma jornada muito especial. Anda-se lentamente, de olhos e espírito abertos. Tem-se de romper caminho através de muitos obstáculos, sem se ressentir com o trabalho e a frustação”.

Estas são palavras de um paleontologista que é sacerdote católico e pertence à ordem dos jesuítas. Estão na p. 216 do livro As Sandálias do Pescador. Ele parece meio dividido entre a fé a ciência.

“Tornei-me sacerdote porque acredito ser a relação entre Criador e criatura a única primordial e perfeitamente duradoura. Mas o estudo me mostrou que o homem é um tipo muito especial de ser que só pode existir por um encontro de muitos fatores favoráveis num determinado tempo e espaço. O seu passado recua até um ponto em que o perdemos de vista, envolto em acontecimentos nebulosos. O universo não é estático, encontra-se num processo constante de transformação, em um estado de perpétua gênesis. E o homem, inserido nele vive um estado de vir-a-ser. Por milhões de anos o Cosmo está em movimento, diversificando-se para o surgimento da vida e o advento da consciência. No mundo mineral houve um momento em que uma mutação transformou o que não tinha vida num micro-organismo vivo. Então, as formas primitivas de vida se espalharam e a multiplicidade deu ensejo a miríades de combinações. No entretanto, o impulso principal era sempre para melhorar e para produzir um cérebro cada vez maior, para o surgimento do homem e daquilo que nele culmina, a consciência”.

É um servo de Deus falando da evolução, ao invés de criação. Mas sua fé o faz concluir assim: “Se o homem, como centro desse universo, não é um plano de um Criador, então todo o Cosmo é uma blasfêmia. Não pode estar longe o dia que os homens compreenderão ter apenas uma alternativa: ter fé ou se suicidar”.

Ele cita, então, algumas palavras de Paulo, o apóstolo, escrita para os cristão da cidade de Colossos: “É o prazer de Deus que tudo habite nEle e nEle se recupere, assim na Terra como no Céu, para que em união com Ele todas as coisas ganhem paz”.



publicado por joseadal às 02:33
Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013

Em dois parágrafos  pequenos, o escritor Morris West expõe uma coisa muito séria. Desde que nascemos os dias sucederam-se as dezenas, as centenas e aos milhares. A vida se esvai e o que fizemos? Um personagem diz de si para si:

“Toda minha vida foi cheia de acordos. O preço que paguei foi sempre na mesma moeda: fragmentos de mim mesmo. Em cada relação me sugaram um pouco. E contra toda aparência ficava cada vez menos seguro de minha identidade real. Sempre tive a intuição de que acabaria minha vida vazio de todo.

Em momentos como esse a depressão se apodera de mim. Sirvo-me de uma bebida e vou sentar-me a janela. O próximo acordo pode me dar uma posição muito importante no governo. Isso vale alguma coisa. Mas não, nada, mais nada mesmo, merece que minha vida inteira seja uma vacuidade sem sentido”.

Seja de que religião se for, temos a vaga noção – alguns a tem muito forte – de que viemos a esse mundo com um propósito, uma missão. Mas independente dessa tarefa pessoal, para que nossa vida não seja uma vacuidade...

- Um momento Zé, o que é vacuidade, afinal?

Vacuidade não quer dizer "vazio", aquilo que é "oco", mas sim que todos os fenômenos, todas as coisas, existem sob dependência ou interdependentemente, e não por si mesmas. Quer dizer, nada existe por si só mas por dependência, cada fenômeno, isoladamente considerado, é, em última instância, vazio. (segundo o Dicionário informal)

Então, como ia dizendo, para que nossa vida tenha sentido ela precisa de comunhão, não de concessões.



publicado por joseadal às 02:29
Quarta-feira, 11 de Setembro de 2013

Só quando eu e você alcançarmos em nosso homem interior aquela condição que Santa Tereza D’Ávila denominou de sétima morada, conseguiremos ver o que está dentro de nossa fé. Na obra Castelo Interior (p. 93) diz: “é como se, num estojo de oiro, tivéssemos uma pedra preciosa de grandíssimo valor e virtude. Sabemos de certeza que está ali, ainda que nunca a tenhamos visto; mas a virtude da pedra não deixa de nos aproveitar, se a trazemos conosco. E, conquanto nunca a víssemos, nem por isso a deixamos de apreciar, porque, por experiência, temos visto que nos tem feito imenso bem. Mas não podemos olhar para ela, nem abrir o relicário, porque a maneira de abri-lo só a sabe a pessoa de quem é a joia”.

A fé é um estojo com uma pedra preciosa dentro que cremos estar lá, mas não vemos. Porém, quando se atinge tal elevação espiritual aquele que nos deu a fé nos deixa vê-lo, pois Ele é a própria joia. “digamos agora que, alguma vez a queira abrir por instantes para fazer bem a quem a emprestou. Claro está que depois ser-lhe-á de muito maior contentamento, quando se lembrar do admirável resplendor da pedra, e assim ela lhe ficará mais esculpida na memória. Pois, assim acontece aqui: quando Nosso Senhor é servido regalar mais a esta alma, mostra-lhe claramente a Sua Sacratíssima Humanidade da maneira que Ele quer; ou como andava no mundo, ou depois de ascendido ao céu. E, embora seja com tanta presteza, que a poderíamos comparar à de um relâmpago, fica tão esculpida na imaginação esta imagem gloriosíssima, que tenho por impossível que se lhe tire da mente”.

Costuma-se dizer que Deus aparecer e falar ao homem são coisas do passado. Não é, hoje é mais difícil exatamente porque não conseguimos alcançar tal aprofundamento espiritual.



publicado por joseadal às 20:59
Quarta-feira, 11 de Setembro de 2013

São muitas as ciências, de uma meia dúzia no século XII ramificaram-se em dezenas de estudos, alguns muito específicos. A maioria procura entender e planificar a convivência na sociedade humana, e umas poucas perscrutam o mundo de matéria, desde o micro até o macro. No estudo o grande desafio é conciliar a fé e os princípios cristãos com o que se descobre pela investigação científica. No livro As Sandálias do Pescador, um jesuíta que é cientista pede orientação a um seu superior. Este responde (p.184): “A vossa cruz é estardes sempre dividido entre a fé que vos anima, a obediência a que fizestes voto e a vossa investigação em busca de um conhecimento mais profundo de Deus, através do universo que Ele criou. Acreditais não haver conflito entre ambos, mas apesar disso estais diariamente confrontado com divergências. Quando encontrais algo que difere do que credes, não podeis renunciar a vossa fé sem que isso envolva uma catástrofe pessoal. Mas, por outro lado, não podeis abandonar a busca sem provocar uma ruinosa deslealdade para com vós mesmo e a vossa integridade”.

Quanto mais imersos no mundo – a maneira de viver e se comportar dos que não têm fé – mais nos deparamos com paradoxos. Cremos que Deus, o criador, está em toda parte, sabe de tudo o que acontece e tem todo poder. E a nossa volta vemos barbaridades e comportamentos que negam completamente a Deus. O que fazer? Não conseguimos viver sem ver toda esta brutalidade e não podemos abandonar nossa fé sem ficarmos sem equilíbrio e paz. No livro o padre professor pergunta ao seu superior: “Eminência, o senhor me mostrou minha cruz, mas não como devo carrega-la”.  



publicado por joseadal às 02:06
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