Não seja tão intransigente, o que você acha certo agora amanhã entenderá como um disparate.
Isto é base da filosofia: o pensamento humano é essencialmente mutante. O
professor Tarso Cabral Violin, Mestre em Direito do Estado pela Universidade
Federal do Paraná diz:
"Para Locke e Kant e também Hegel, o Estado não é apenas a superação da
sociedade civil, mas um reflexo, uma consequência, é um produto dela. Também
para Marx a sociedade civil e a estrutura econômica são a mesma coisa; e o
Estado, parte da superestrutura, é um resultado da sociedade civil e
não uma esfera independente e com racionalidade própria".
Este conceito sempre misturou o povo com as decisões de seu governo. Quantos
milhares morreram pelo desejo de desforra de um governante? Hoje, filósofos
como Antonio Gramsci pensam diferente:
"A considerada nova teoria gramsciana diz que há uma relação equilibrada entre a
sociedade política e a sociedade civil. Neste caso o Estado se ampliou, o centro
da luta de classe está na ‘guerra de posição’, numa conquista progressiva ou
processual de espaços no seio e por meio da sociedade civil, visando à
conquista de posições. Dai aduz que esta seria uma condição para o acesso ao
poder de Estado e para sua posterior conservação, na qual não há lugar para a espera
messiânica do ‘grande dia’, mas sim uma transformação da classe dominada em
classe dirigente antes da tomada de poder, como estratégia para a
transição ao socialismo".
Mesmo o povo brasileiro que aguenta os abusos do poder gera em seu seio uma revolta.
Ainda não saímos nas ruas como em países da Europa e da Ásia, mas a base começa
a pressionar os políticos e forçar mudanças.
Este pensamento atual: o Estado e o povo que governa vivem numa guerra de posição, criou o princípio de "guerra cirúrgica" com o qual
os militares tentam matar soldados sem atingir os civis, ao contrário da guerra
antiga e ainda praticada pelos terroristas de atingir o Estado ferindo o povo.