Não é mais para mim, mas é bom contar para vocês, meus amigos (as) jovens e meus netos. Li agora mesmo um jogo de palavras que só um grande escritor como Morris West pode compor. O livro é O Verão do Lobo Vermelho e fala do amor romântico:
"Quem já esteve na terra do amor sabe como é, quem não a conhece nem o maior poeta do mundo poder descrevê-la. É uma terra sempre verde onde as flores se espalham por toda parte. As alvoradas são douradas e as noites repletas de segredos. A língua que se fala ali é suave e fácil de aprender. Podem fazer-se ali as coisas mais loucas e maravilhosas, como rir, gritar e chorar. Outros que estão lá fora nos vêem e ficam sem saber como encontramos o caminho".
É mesmo lindo o estado de alma dos apaixonados. Mas no mesmo folego, Morris avisa: "Mas há problemas na terra do amor. Esquece-se de que se trata de um lugar de ilusões, e que, quando se sai dele, ficá-se muito vulnerável. Mesmo ali, na terra de sonhos existem armadilhas e abismos que se abrem de espaço em espaço sob os pés descuidados. Quando se cai em si, vê-se que as belas palavras e as promessas sinceras são uma névoa que o vento leva. As loucas piruetas e danças parecem então apenas idiotices de um palhaço. Mas como eu ia saber disso tudo com todo aquele calor dentro de mim?"
Nós, os mais vividos, que entramos e saímos deste local mágico do amor eros - alguns mais de uma vez - da terra mágica da paixão, tentamos alertar o apaixonado para os obstáculos que ele não vê. Mas estamos esquecendo que quem está no país do amor não consegue escutar os insensíveis que estão do lado de fora.