O livro Teologia e Negritude (p.196), diz: “Os valores culturais do povo negro formam um patrimônio universal”. A cultura de um povo é como uma estrada construída com pedras do tipo pé-de-moleque. Cada uma é um drama vivido pelos antepassados e que ficou gravado no inconsciente de seus descendentes. Cita, então, cinco colunas da vida dos negros:
- A tradição oral que passa de mãe para os filhos de modo cotidiano.
- O gosto pela periferia, resultado da relação entre o negro e a natureza.
- A ligação intensa com os ancestrais, ‘a fé dos nossos pais’.
- A família negra não é considera só os parentes, mas também a comunidade religiosa, o parentesco espiritual.
- Um membro de um grupo de Congada, em Minas Gerias, disse: ‘O corrido (vivido) é mais importante para nós que o lido, pois o corrido a gente viveu, o lido a gente apenas leu’.
O branco somente compreenderá a cultura afro-brasileira se se colocar num espírito de abertura para interpretar esses valores negros”.
Me parece que muito da violência envolvendo os jovens negros tem a ver com nossos preconceitos para com os costumes deles, a cultura negra, que negamos ou não entendemos.