Quinta-feira, 24 de Novembro de 2011

No livro que terminei de ler parei desconcertado ante a descrição de um baile de jovens há exatamente um século: "Durante toda noite os saxofones gemiam as desalentadas notas de um blues, enquanto uma centena de pares de dourados e prateados sapatos femininos se arrastavam no piso brilhante. Fresca faces flutuavam pelo salão como pétalas de rosa sopradas pelos tristes pistões".

Meio dark, não é? Mas que diferença para um baile fank de agora! Sem nos esquecermos de toda evolução e aumento da velocidade do ritmo das músicas entre aquele princípio de século e este - fox trote e rock and roll no meio - a distração dos jovens ganhou uma velocidade dramática.

Com cada geração acumulando-se de coisas que fazer e o tempo esvaíndo-se loucamente, fico imaginando que existência desenfreada viverá meus bisnetos no meio deste século, quando não estarei mais aqui.

Que cada qual estabeça a paz em volta de si e dos seus.


tags:

publicado por joseadal às 22:39
Segunda-feira, 16 de Maio de 2011

Uma revolução é um corte abrupto em uma linha de ação. Ela pode ser promovida por elementos com força bélica, como os militares, ou pela força moral do povo que se apoia no valor da vida humana. Este é o tipo que agora sacode os países árabes com suas gerontocracias (governos de velhos ou velhos governos), como nomeia Bertrand Badie, especialista francês em conflitos internacionais.

Ele fala de um de seus alunos: "O jovem Kahled Tawfik, que estuda na Universidade de Londres, trancou a matrícula e voltou ao Egito para participar das manifestações. Antes de ir ele me disse: 'Há algo de muito errado quando alguém chega aos 26 anos de idade sem jamais ter visto outro presidente em seu país'.

Mas esta revolução será apenas para tirar do poder um homem velho e colocar um jovem? Gary Wasserman que é professor visitante na universidade do Qatar, diz: "Meus estudantes são, em esmagadora maioria, muçulmanos. São da elite em seus países, mas são viajados, acostumados com as conecções online e enturmados com músicas e filmes que falam de uma cultura diferente da deles. Porém, continuam confrontados com as rígidas demandas da família árabe, da tribo, da religião controladora e das tradições".

E o que diz o professor sobre esta geração árabe de 2011?

"Meus estudantes acham difícil reconciliar estas duas fontes de pressão. Entendem que os atuais governos são indifentes às profundas mudanças que ocorrem no mundo. Os que são egípcios querem Mubarak fora e querem a democracia a qualquer custo, e não tem certeza que se possa conseguir isto com paz. A liberdade é um conceito ótimo, mas se preocupam com a desordem que ela possa trazer, provocada por um povo que sempre viveu reprimido".

Este século, que só vou ver uma pequena parte, pelo que já ví nestes 10 anos, não será igual ao século 20 em que nos primeiros 14 anos começou o maior conflito havido até então, a 1ª Guerra Mundial. Creio que será maravilhoso em mudanças e com espiritualidade crescente. Quem sabe é a tal influência da era de Aquários que ouço falar desde a década de 1970.                              


tags:

publicado por joseadal às 22:43
Quinta-feira, 21 de Abril de 2011

Encontrei no livro Memórias de Adriano uma frase lapidar; devia ser o paradigma de todo indivíduo que alcança algum poder e certa fortuna:

Minha própria vida já não me preocupava; podia pensar agora no resto da humanidade”.

Pobre do miserável que mesmo conquistando esta situação persiste em pensar só em si mesmo e continua tomando e roubando dos outros.

 

Não damos o devido valor a paz enquanto não vivemos em completo perigo de morte. Mas podemos ver o alívio de poder ir e vir sem medo dos moradores do Santa Marta e do Complexo da Penha, no Rio. E o desenvolvimento da comunidade quando se soltam as amarras dos usurpadores é bom para todas as pessoas de bem.

Neste mesmo livro o imperador Élio Adriano descreve o refrigério dos povos em território de guerra quando ele, substituindo o tio Trajano, faz a paz com os sátrapas do Oriente Próximo.

“Poucos meses depois tive a alegria de ver formar-se de novo às margens do Orontes a fila das caravanas. Os oásis repovoavam-se de comerciantes que comentavam as notícias da paz ao clarão das fogueiras. Ao carregarem mercadorias para países desconhecidos levavam junto certos pensamentos e costumes nossos, que pouco a pouco se apoderarão do globo terrestre mais facilmente do que legiões em marcha. A circulação de idéias, tanto quanto o trânsito do ouro, são como ar vital nas artérias dos povos”. Né não?!  


tags:

publicado por joseadal às 13:15
mais sobre mim
Março 2015
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

29
30


pesquisar neste blog
 
tags

todas as tags

subscrever feeds
blogs SAPO