A Alquimia foi elaborada nos primórdios da humanidade, por um sacerdote egípcio chamado Hermes Trismegisto, três vezes mestre. A palavra árabe veio do grego Khymeía, que significa mistura perfeita, sumo. Jung explicou: “É uma ciência segunda a qual tudo no mundo obedece as mesmas leis e tudo na natureza tem uma energia. Esta arte régia ensina que a vida adulterada na Terra perdeu sua pureza depois da queda de Adão e precisa de purificação, redenção. Trata-se, portanto, de participar da obra do Demiurgo, do Criador, ajudando o planeta a alcançar a integração em Deus. Professa, a Alquimia, a crença de que para realizar esta grande obra de regeneração da matéria, o homem deve procurar a perfeição de sua alma. A procura da pedra filosofal representa a busca da energia contida na matéria e a capacidade de transformá-la no que se quiser, no ouro, de preferência. Mas como concluía Hermes: o meu ouro não é o ouro deste mundo”.
Coisa muito séria é que o símbolo desta doutrina é o mercúrio, um metal masculino-feminino. Feminino por ser branco e líquido e masculino por ser seco e difícil de ser contido. Como diz o livro Mitologia Grega (volume II, p.200): “Esse hermafroditismo provém exatamente do fato de simbolizar a união dos contrários. Desse complexio oppositorum sairá a pedra construída com energia. Já ensinavam que todos os metais eram frutos dessa união, com graus diferentes de maturação e que se precisava encontrar a matéria-prima, a matéria original. Para descobri-la o ser humano terá de submeter a matéria a três ações: pressões, desintegração e fusão. Esse opus Magnum, a grande operação, a transmutação, predizia o drama místico que o próprio Deus passaria: paixão, morte e ressurreição”.