Domingo, 29 de Julho de 2012

Desde que o descobri, lá no alto da Bocaina não me saiu mais da cabeça a vontade de descobrir quem ele era, seu nome e suas propriedades.

Um colega do pedal disse que tem um jeito de se pegar uma foto e procurar informações sobre ela no Google, mas não soube me dizer como. Hoje, um domingo em que não fui pedalar e ainda curtindo uma dor profunda no peito causada por uma queda da bike na trilha do Carrapato, decidi procurar. Quando se escreve algo para pesquisa no Google, aparece ao lado um ícone de uma máquina fotográfica e de um teclado: você quer pesquisar por palavras ou por imagem? Quando se clica na maquininha abre uma janelinha pedindo o arquivo de foto que está em seu computador, clicando nela o site de busca sai procurando. Mas, neste caso não funcionou. Então escrevi: cogumelo vermelho... pronto, lá estava uma imagem de um parente dele e fui parar no belo site Xamanismo. Lá estava um parente do meu cogumelo, se bem que o meu é mais bonito.

Chama-se, Amanita Muscária, e tem sido encontrado no estômago de múmias com mais de 6.000 anos. “A Amanita muscária é um cogumelo enteógeno, que proporciona visões e introvisões de profundo significado. Geralmente, o usuário experimenta visões semelhantes aos sonhos”. Meu querido chapéu de sol colorido é um alucinógeno usado há milênios pelo ser humano.

(meu amigo MP, notório hippie nos anos 60, espera o momento de dar uma mordida no amanita, mas nós não deixamos) 

Ele é um remédio para alguns padecimentos humanos: “A amanita contém os princípios ativos muscazon, ácido ibotênico, muscimelk e bufoteína. Os efeitos começam entre 20 e 30 minutos após a ingestão e duram de 6 a 8 horas. Relata-se também efeitos analgésicos significativos, para curar males da garganta, feridas cancerígenas e artrites”.

O estudioso espiritualista, Terence Mckenna, diz no livro Retorno a Cultura Arcaica: “Há talvez dezenas de milhares de anos, os seres humanos vêm utilizando cogumelos para fins de adivinhação e indução do êxtase xamanista. A interação entre homens e cogumelos não é uma relação simbiótica estática, e sim dinâmica, através da qual aquele consegue atingir níveis culturais mais elevados. O impacto das plantas psicoativas sobre o aparecimento e a evolução dos seres humanos é um fenômeno que até agora não foi examinado, mas que promete esclarecer não só a evolução dos primatas, mas também o surgimento das formas culturais peculiares ao Homo Sapiens”. Terence pode estar ‘viajando na maionese’, mas o que ele quer dizer é que os champignons podem ter ajudado um primata já evoluído para bípede a ganhar consciência, isto é, meu belo camaradinha ajudou a formar neurônios. Será?

Mas gostei mais do que o site diz neste trecho: “Dizem os erveiros que o cogumelo aparece em seu caminho, quando é necessário. Quando você quer procurá-lo, mas não é para ser, você não o encontra”. Ele me apareceu por um motivo, talvez para me mostrar uma outra porta de conhecimento para me aproximar de Deus. Você também ainda vai dar de cara com um cogumelo, mas vivendo só no meio do asfalto vai ser difícil.



publicado por joseadal às 13:44
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