Uma tarde dessas esperava uma condução na estrada quando uma aragem passou levando folhas secas em cambalhotas. Ocorreram, então, duas coisas em mim: pensei em como esta primavera está diferente, fria e seca, parecendo mais um outono, e senti um aperto no peito, uma sensação de saudade de outros tempos, da infância com minha mãe Idalina, talvez.
Uma folha rolando com o vento é uma coisa trivial, mas quando nos acordam sensações, estas, não nos devem passar despercebidas. Precisam ser pensadas e sentidas. Martin Heidegger me lembrou isto no livro que estou lendo:
"Este concepto de cosa no acierta con el carácter de que éstas se generan espontáneamente y reposan en sí mismas. A veces, seguimos teniendo el sentimiento de que se ha violentado ese carácter de cosa y que el pensar tiene algo que ver con esta violencia, motivo por el que renegamos del pensar en lugar de esforzarnos. Pero ¿qué valor puede tener un sentimiento, por seguro que sea, a la hora de determinar la esencia de la cosa, cuando el único que tiene derecho a la palabra es el pensar? Pero, con todo, tal vez lo que en éste y otros casos parecidos llamamos sentimiento o estado de ánimo sea más razonable, más abierto al ser que cualquier tipo de razón. Así las cosas, la mirada de reojo hacia lo irracional, en tanto que engendro de lo racional impensado, ha prestado curiosos servicios".
Há controvérsias, mas acredito nesta observação de Heidegger: é preciso analisar um fato, uma coisa, tanto com emoção quanto com a razão. Mas a emoção analizada com cuidado pode revelar momentos em vidas passadas.