No término do século XIX a França vivia a novidade das pesquisas da mente: hipnotismo, psicanálise e anestesia hipnótica. Sobre este procedimento o médico sueco Axel Munthe conta no livro San Michele:
“O grande benefício nas operações cirúrgicas e nos partos está hoje bem reconhecido. Outro efeito benéfico deste método é conseguido na mais dolorosa de todas as situações: a proximidade da morte. No outono de 1915 passei dois dias e duas noites inolvidáveis entre duzentos soldados moribundos, cobertos por capotes ensanguentados. Não havia nem morfina, nem clorofórmio, nem anestésico nenhum para aliviar os seus tormentos e abreviar a sua agonia. Muitos morreram sob meu olhar, às vezes com um sorriso nos lábios, com a minha mão em sua fronte e nos ouvidos o som das minhas palavras de esperança e consolo, lentamente repetidas. A pouco e pouco, dos seus olhos semicerrados ia desaparecendo o terror da morte. Que misteriosa força era aquela que parecia emanar da minha mão? De onde vinha? Naturalmente a ciência moderna rejeitou a explicação do fluído magnético. Dizem que é a simples sugestão a chave do hipnotismo, mas isso não pode explicar os assombrosos fenômenos que vi e parece que fiz acontecer”.
Tanto o Dr. Axel era bem sucedido com gente como com animais.
“Todo pessoal do zoológico de Paris conhecia meu poder. Era uma especialidade minha pôr suas serpentes, tartarugas, ursos e grandes felinos em estado de letargo, a primeira fase da hipnose. Com todos os animais selvagens ou domésticos a influência do som monótono das palavras repetidas lentamente era magnífico. Eles compreendiam o significado do que lhes dizia. O que não daria eu para entender o que queriam me dizer. Mas neste casos é impossível definir como sugestão mental. Deve haver algum outro poder em ação”.
O espiritismo ainda usa o passe magnético, é mesmo eficaz ou a sensação de melhora e leveza são provenientes das mentes sugestionáveis?